Nunca a indústria automobilística fez tanto recalls como atualmente. Ao mesmo tempo, há pouco tempo, o IBGE cometeu falhas graves e divulgou dados errados sobre o Brasil. Quase ao mesmo tempo, foram encontrados parafusos e comprimidos trocados em embalagens de remédios. Antes, encontraram água mineral com sujeira e um achocolatado contaminado com bactérias. No meio de tudo isso, você vai ao supermercado e vê que a caixa que o atende mantém, ao mesmo tempo, animada conversa com a colega ao lado ou com o empacotador, enquanto registra suas compras com valores errados.
A lista de "descuidos", erros e descasos de profissionais e empresas vêm se tornando grande e constante. Cabe perguntar: onde está o comprometimento com a qualidade na fabricação e venda dos produtos?
Tudo indica que grande parte das pessoas do mercado de trabalho não está conseguindo manter a atenção, o foco naquelas tarefas para as quais são pagas para executar com eficiência. É nessas circunstâncias que surgem os erros citados no início deste artigo.
Essa desatenção é observada em quase todas as áreas de produção e serviços - e o quadro vem piorando. A conclusão que se chega é de que há uma crise generalizada no campo da responsabilidade, da motivação, do comprometimento - enfim, do profissionalismo - ao que parece com a conivência ou omissão das lideranças.
É de se acreditar que mudanças sociais, morais e comportamentais - estimuladas pelos "modernos" filmes, novelas e revistas de fofocas - vêm induzindo as pessoas a priorizarem a busca indiscriminada do prazer e do "laissez-faire" em prejuízo das obrigações, da dedicação, da atenção e da qualidade do trabalho. O que a sociedade tem assistido, por mais violento, corrupto e absurdo que seja, é apenas uma amostra do que poderá vir - se algo não for feito com urgência.
Em outras palavras: ou se promove uma mudança substancial e consistente no sistema educacional e social do País - e não só dirigido aos jovens, mas também aos pais, educadores, governantes e empresários - ou, em breve, o caos se instalará de forma quase irreversível.
Floriano Serra: Floriano Serra, psicólogo, consultor de empresas para processos comportamentais, palestrante e articulista, autor de vários livros sobre comportamento humano. É especializado em Análise Transacional e Programação Neuro Linguística. Tem pós-graduação em Marketing. Já foi Diretor Corporativo de Recursos Humanos de várias empresas nacionais e multinacionais. Em 1996, pela sua atuação inovadora em RH, recebeu o Prêmio Destaque RH do Ano, outorgado pela revista Gestão Plus & RH em Síntese. Atualmente Floriano é diretor-presidente do IPAT - Instituto Paulista de Análise Transacional (www.ipat.com.br) e da SOMMA4 Consultoria para Desenvolvimento Pessoal e Organizacional. Com frequência, ministra palestras e seminários comportamentais"in company" em todo o Brasil, presta consultoria em Recursos Humanos e Processos Comportamentais, realiza "coatching" e aconselhamento para executivos e continua escrevendo livros e artigos - inclusive mantendo colunas fixas em algumas revistas e sites.
Fonte: RH
http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Artigo/9661/esta-faltando-foco.html#
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