Em outubro, resultado das trocas de serviços e comércio do Brasil com o mundo foi o pior para o mês da série histórica: US$ 8,1 bi
As contas externas tiveram o maior déficit da história em meses de outubro: US$ 8,1 bilhões. É o pior desempenho para o mês desde quando o Banco Central passou a registrar os dados em 1947. Nos dez primeiros meses deste ano, as transações correntes ( resultado de todas as trocas de serviços e comércio do Brasil com o resto do mundo) acumulam um rombo de nada menos que US$ 70,7 bilhões: também o mais alto já visto no período.
As contas externas tiveram o maior déficit da história em meses de outubro: US$ 8,1 bilhões. É o pior desempenho para o mês desde quando o Banco Central passou a registrar os dados em 1947. Nos dez primeiros meses deste ano, as transações correntes ( resultado de todas as trocas de serviços e comércio do Brasil com o resto do mundo) acumulam um rombo de nada menos que US$ 70,7 bilhões: também o mais alto já visto no período.
No mesmo período do ano passado, o déficit estava em US$ 67,4 bilhões. Essa piora foi causada pelo maior gasto com juros e serviços e uma remessa de lucros e dividendos maior, já que o déficit da balança comercial ficou praticamente estável de um ano para outro.
Os investimentos estrangeiros diretos (IED) — os que chegam para aumentar a capacidade de produção das fábricas e são considerados de melhor qualidade — caíram 8,4% no mês passado em relação ao mesmo período de 2013. Ficaram em US$ 5 bilhões em outubro.
Como nos meses anteriores, os ingressos foram melhores, o resultado acumulado neste ano é melhor que o do ano anterior. São US$ 51,2 bilhões: alta de 4%.
A entrada de investimento direto é considerada essencial para o financiamento saudável do rombo das contas externas. Sem esse tipo de ingresso, o país fica dependente de capital especulativo para financiar seus gastos em dólar.
— O que temos é um quadro confortável de financiamento. A maior parte é financiada pelo investimento estrangeiro direto — avalia Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do BC.
DESPESAS DE TURISTAS NO EXTERIOR CAÍRAM
A expectativa é dos analistas e do próprio governo é que o dólar mais caro ajude a arrumar as contas externas brasileiras. Isso porque estimula as exportações e inibe os gastos.
Os turistas já sentiram isso. Depois de sucessivos recordes, as despesas dos brasileiros com viagens internacionais caíram em outubro. Os gastos foram de US$ 2,1 bilhões: 7,4% menores que os desembolsos das famílias nas férias de outubro do ano passado. Segundo Maciel, a recente alta do dólar tem influenciado essa conta.
Em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit ficou em 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB).
Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo da conta corrente de US$ 7,5 bilhões no mês passado, com as estimativas variando entre déficit de US$ 6,6 bilhões e US$ 9 bilhões. A pesquisa também indicou que as expectativas eram de que o IED ficaria em US$ 4,2 bilhões em outubro.
O Bradesco projetava déficit de US$ 8,4 bilhões em outubro e IED de US$ 4,4 bilhões.
BC MUDARÁ METODOLOGIA DE CÁLCULO
Numa nota à imprensa, o BC informou que mudará a metodologia dos cálculo das contas externas para adaptar-se ao Manual de Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento do Fundo Monetário Internacional (FMI). As alterações serão feitas a partir de abril do ano que vem.
"Essa atualização metodológica permitirá o aperfeiçoamento do padrão estatístico nacional, alinhando-o com as melhores práticas internacionais, e garantirá consistência com a nova metodologia das Contas Nacionais a ser adotada pelo IBGE, também em 2015", diz o BC.
Fonte: O globo
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