Reza a lenda que, certa feita, um príncipe indiano mandou chamar um grupo de cegos e os reuniu no pátio do palácio, onde se encontrava um elefante. Em seguida, conduzindo-os pela mão, foi levando, um a um, os cegos até o paquiderme para que o apalpassem, de modo que um tocava a barriga, outro o rabo, outro a orelha e outro uma das pernas.
Quando todos os cegos tinham, enfim, apalpado o animal, o príncipe ordenou que cada um explicasso aos demais cegos como era o elefante. "É gigante, como uma grande panela, mas macio", começou aquele que havia apalpado a barriga. Seu relato foi discordado pelo que havia tocado o rabo: "Se parece mais com uma vassoura!". "Nada disso", interrompeu o que tinha apalpado a orelha, afirmando que o bicho lembrava mesmo era um leque aberto. O que apalpara a perna interrompeu com uma alta gargalhada, e afirmou: "Ele é alto e rígido como um poste!" Os cegos se enroscaram em uma discussão sem fim - cada um querendo provar, através de sua própria experiência, que o outro estava errado.
A história é antiga, mas seu ponto principal ressoa forte: somos todos cegos quando se trata de relacionamentos humanos. Ao reconhecermos o mundo através dos nossos cinco sentidos, sempre teremos distorções da realidade e apenas uma visão parcial do todo, sendo sempre, de certa forma, enganados pela nossa percepção.
O fenômeno acontece todos os dias em empresas ao redor do mundo - e o resultado é quase sempre desastroso: fofocas, desentendimentos e discórdia generalizada que desaceleram o crescimento pessoal e profissional, quando não o interrompem totalmente.
O fenômeno acontece todos os dias em empresas ao redor do mundo - e o resultado é quase sempre desastroso: fofocas, desentendimentos e discórdia generalizada que desaceleram o crescimento pessoal e profissional, quando não o interrompem totalmente.
Você provavelmente já ouviu aquela história da mosca que, ao cair em um copo de leite, bate suas asinhas tão velozmente que transforma o leite em manteiga, possibilitando sua escapada triunfal. A mesma mosca, segundo a anedota, mais tarde se depara em uma situação similar, desta vez em um copo de água. Confiante de que sabia como escapar de tal situação, ignora o conselho das colegas que a aconselhavam subir pela lateral do copo e bate as asinhas ferozmente esperando o mesmo resultado de outrora, mas só acelera o inevitável afogamento. Um dos principais ingredientes do sucesso é a abertura para ouvir outras opiniões.
Deixe-me ilustrar esse ponto de vista: quando estava criando a Disneylândia, um dos modelos mais precisos de organização interna e cultura de amor ao cliente no mundo, Walt Disney tinha um modo especial de conseguir sugestões. Ciente de que sua visão era limitada às suas crenças e aos seus valores, mandava preparar um mural para exibir todos os estágios de um projeto, e os responsáveis pela organização eram convidados a responder à pergunta: "Como podemos melhorar isso?". Assim, Disney tinha acesso aos recursos combinados de uma equipe criativa (elemento consequente e inerente ao sentimento de integração corporativa, alcançada aqui através de uma simples pergunta), produzindo resultados equivalentes à qualidade das sugestões. O que Disney sabia - e você também sabe agora - era que você não precisa estar no comando de uma organização para se beneficiar desse instrumento (motivo pelo qual ele alcançara sucesso de proporções faraônicas). Pessoas de sucesso não adquirem hábitos em consequência de seus êxitos - seus êxitos são consequências de seus hábitos!
Pergunte a si mesmo: que pessoas, entre as que interagem diariamente com você, poderiam lhe dar uma riqueza de respostas - se ao menos você se desse a chance de perguntar? Uma vez identificada essas pessoas - e a experiência me ensinou que podem ser desde sua governanta até o chefe de seu departamento -, entenda que as respostas dependerão das perguntas que você será capaz de criar.
Considere o seguinte exemplo: seu carro quebra a caminho do trabalho. Algumas pessoas, diante dessa situação, perguntam-se: "Por que sou tão azarado?". Os mais inteligentes dirão "Que bom que não foi em uma rodovia. O que posso fazer para garantir que meu carro funcione bem?". As duas perguntas lhe trarão respostas bem diferentes. Lembre-se do exemplo de Disney. Faça perguntas que rompam qualquer padrão emocional negativo e tragam respostas capazes de empoderar você e sua equipe.
Além de permitir novos resultados e semear inovação em um árido terreno corporativo, o Poder da Perspectiva pode garantir uma comunicação saudável e eliminar o "elefante na sala" - ou escritório.
Danilo Ferraz Bacharel em Comunicação Social e coordenador de Comunicação do Ielar, uma rede de profissionais dedicada ao progresso do potencial humano, técnicas de integração social e desenvolvimento infantil apoiada pelo Criança Esperança. É Life & Professional Coach certificado pela Academia Brasileira de Coaching e especialista em Programação Neurolinguística. É membro da Academia Latina de Artes e Ciências e já levou sua abordagem à ciência de alta-performance para mais de 3mil pessoas em 11 países diferentes.
Fonte: RH
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