Angela Bittencourt, João Villaverde, Fernando Travaglini e Assis Moreira
De São Paulo, Brasília e Genebra
05/11/2010
05/11/2010
O intenso fluxo de dólares para o Brasil estava prestes a ultrapassar a barreira dos aumentos do IOF e reiniciar o processo de valorização do real no fim de outubro, antes de o Fed, o banco central americano, tomar a decisão de iniciar mais uma rodada de afrouxamento monetário. Com o anúncio da medida, anteontem, o obstáculo do IOF tornou-se claramente insuficiente e o dólar teve sua maior queda diária em relação ao real em 5 meses, de 1,35%, e fechou a R$ 1,678. A política de compra de até US$ 900 bilhões em títulos do Tesouro americano pelo Fed provocou um salto em todos os tipos de ativos, de commodities a ações, e baixa da moeda americana. O Ibovespa fechou a 72.995 pontos e caminha para atingir seu recorde histórico, de 73.516 pontos, alcançado em 20 de maio de 2008.
A nova onda de apreciação cambial coloca mais pressão sobre a política dos países emergentes, especialmente sobre o Brasil, que tem uma das maiores taxas de juros do mundo e não pode contar com a ajuda da política fiscal no curto prazo. "A maior inflação nos emergentes é o resultado mais provável", diz Philip Poole, do HSBC em Londres. Thomas Mayer, economista-chefe do Deutsche Bank, concorda que no médio e longo prazos o afrouxamento monetário nos EUA provocará mais inflação, primeiro nos emergentes e, depois, nos países ricos.
Um dos canais da alta de preços será a valorização das commodities, generalizada ontem, com o petróleo atingindo seu pico em seis meses, a US$ 86 o barril. Economistas de fora do governo brasileiro acreditam que o BC terá de elevar os juros logo para conter uma inflação que já não está no centro da meta, uma saída claramente ruim diante do ingresso de uma enxurrada de dólares atrás de bons rendimentos.
Juros, porém, não são a única alternativa. "O impacto inflacionário não deve preocupar, desde que o governo não impeça os movimentos do câmbio", diz Mônica de Bolle, sócia da Galanto Consultoria. A apreciação parece irreversível, para Vladimir do Vale, economista-chefe do Credit Agricole, que prevê que o dólar fique abaixo de R$ 1,60 no primeiro semestre de 2011. O governo brasileiro, ontem, não parecia estar convencido da necessidade de novas medidas imediatas.
A nova onda de apreciação cambial coloca mais pressão sobre a política dos países emergentes, especialmente sobre o Brasil, que tem uma das maiores taxas de juros do mundo e não pode contar com a ajuda da política fiscal no curto prazo. "A maior inflação nos emergentes é o resultado mais provável", diz Philip Poole, do HSBC em Londres. Thomas Mayer, economista-chefe do Deutsche Bank, concorda que no médio e longo prazos o afrouxamento monetário nos EUA provocará mais inflação, primeiro nos emergentes e, depois, nos países ricos.
Um dos canais da alta de preços será a valorização das commodities, generalizada ontem, com o petróleo atingindo seu pico em seis meses, a US$ 86 o barril. Economistas de fora do governo brasileiro acreditam que o BC terá de elevar os juros logo para conter uma inflação que já não está no centro da meta, uma saída claramente ruim diante do ingresso de uma enxurrada de dólares atrás de bons rendimentos.
Juros, porém, não são a única alternativa. "O impacto inflacionário não deve preocupar, desde que o governo não impeça os movimentos do câmbio", diz Mônica de Bolle, sócia da Galanto Consultoria. A apreciação parece irreversível, para Vladimir do Vale, economista-chefe do Credit Agricole, que prevê que o dólar fique abaixo de R$ 1,60 no primeiro semestre de 2011. O governo brasileiro, ontem, não parecia estar convencido da necessidade de novas medidas imediatas.
Valor Econômico
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