Estratégia: Potencial de crescimento do mercado doméstico fala mais alto que encarecimento dos ativos
Alex Ribeiro De Washington
21/10/2010
Alex Ribeiro De Washington
21/10/2010
O real atinge as maiores cotações em dois anos, torna os ativos dentro do país mais caros e, em tese, deveria agir como uma força natural para desestimular novos investimentos estrangeiros no Brasil. Mas essa regra não vale para as fusões e aquisições de empresas, que passam por um renascimento neste ano depois da crise financeira internacional, afirmam bancos de investimentos baseados em Nova York ouvidos pelo Valor. Embora as empresas brasileiras estejam mais caras, as multinacionais continuarão entrando no Brasil de olho nas oportunidades de crescimento no país.
"O câmbio torna um pouco mais caro entrar no Brasil", afirma o chefe para a América Latina do Citibank, Eduardo Cruz. "Mas o Brasil é reconhecido como tendo tremendas oportunidades de crescimento."
O maior problema não é exatamente o fortalecimento da moeda nacional, mas a volatilidade cambial. O fantasma para os investidores é entrar no país num período em que o real está mais forte e, alguns dias depois, a moeda sofrer uma desvalorização que corroi o valor do investimento.
"O câmbio torna um pouco mais caro entrar no Brasil", afirma o chefe para a América Latina do Citibank, Eduardo Cruz. "Mas o Brasil é reconhecido como tendo tremendas oportunidades de crescimento."
O maior problema não é exatamente o fortalecimento da moeda nacional, mas a volatilidade cambial. O fantasma para os investidores é entrar no país num período em que o real está mais forte e, alguns dias depois, a moeda sofrer uma desvalorização que corroi o valor do investimento.
"Quando os investidores avaliam comprar algo no Brasil, eles se perguntam o que vai acontecer [com a taxa de câmbio] no futuro", afirma presidente do J.P. Morgan para a America Latina, Nicolas Aguzin, também baseado em Nova York. "Eles ficam um pouco mais preocupados com a taxa de câmbio e decidem obter financiamento local apenas para se proteger do risco."
Mas alguns banqueiros ponderam que, embora de um lado a apreciação cambial possa representar um risco para os investidores, por outro lado ela ajuda a mitigar os riscos inflacionários, permitindo a redução da taxa de juros e criando um ambiente mais estável para o crescimento do mercado doméstico e para o retorno dos investimentos feitos no país. "Sempre há formas para as empresas mais sofisiticadas se protegerem da volatilidade cambial", afirma o chefe de fusões e aquisições do Barclays Capital, Udi Margulies.
"A volatilidade na taxa de câmbio é algo que os investidores estrangeiros gostam de olhar porque eles querem identificar o melhor 'timing' para o negócio", afirma o co-chefe de fusões e aquisições em mercados emergentes do Credit Suisse, Marcus Silberman. "Mas a decisão final sempre acaba sendo baseada numa visão de longo prazo."
As compras de empresas brasileiras por estrangeiros dentro do Brasil representam apenas um pedaço do mercado de aquisições. Há também um forte movimento de negócios entre empresas dentro do país, com recursos levantados em reais, que são pouco ou nada afetados pela taxa de câmbio.
A valorização do câmbio ajuda, de outro lado, as empresas brasileiras que estão num movimento de internacionalização, como a JBS e a AmBev, que compraram companhias fora. Outros países, como a Austrália, também estão intensificando a compra de empresas no exterior em virtude da valorização de suas taxas de câmbio. "Quanto mais forte a moeda em relação ao dólar, mais dá para comprar no exterior", afirma o chefe para fusões e aquisições para América Latina do Deutsche Bank, Stephen Cunningham. "Se o real fica mais forte, isso amplia o poder de compra."
Mas, de novo, os banqueiros afirmam que, mesmo no movimento de internacionalização das empresas brasileiras, o que conta é mais a estratégia de cada um e as oportunidades de negócio, e menos a taxa de câmbio. O enfraquecimento do dólar, por exemplo, torna as empresas americanas mais baratas, mas as perspectivas de crescimento do país ainda são bastante incertas e, portanto, os retornos dos investimentos são menos atrativos. A maior parte das empresas brasileiras, avaliam banqueiros, tende a se concentrar dentro do próprio Brasil.
Mas alguns banqueiros ponderam que, embora de um lado a apreciação cambial possa representar um risco para os investidores, por outro lado ela ajuda a mitigar os riscos inflacionários, permitindo a redução da taxa de juros e criando um ambiente mais estável para o crescimento do mercado doméstico e para o retorno dos investimentos feitos no país. "Sempre há formas para as empresas mais sofisiticadas se protegerem da volatilidade cambial", afirma o chefe de fusões e aquisições do Barclays Capital, Udi Margulies.
"A volatilidade na taxa de câmbio é algo que os investidores estrangeiros gostam de olhar porque eles querem identificar o melhor 'timing' para o negócio", afirma o co-chefe de fusões e aquisições em mercados emergentes do Credit Suisse, Marcus Silberman. "Mas a decisão final sempre acaba sendo baseada numa visão de longo prazo."
As compras de empresas brasileiras por estrangeiros dentro do Brasil representam apenas um pedaço do mercado de aquisições. Há também um forte movimento de negócios entre empresas dentro do país, com recursos levantados em reais, que são pouco ou nada afetados pela taxa de câmbio.
A valorização do câmbio ajuda, de outro lado, as empresas brasileiras que estão num movimento de internacionalização, como a JBS e a AmBev, que compraram companhias fora. Outros países, como a Austrália, também estão intensificando a compra de empresas no exterior em virtude da valorização de suas taxas de câmbio. "Quanto mais forte a moeda em relação ao dólar, mais dá para comprar no exterior", afirma o chefe para fusões e aquisições para América Latina do Deutsche Bank, Stephen Cunningham. "Se o real fica mais forte, isso amplia o poder de compra."
Mas, de novo, os banqueiros afirmam que, mesmo no movimento de internacionalização das empresas brasileiras, o que conta é mais a estratégia de cada um e as oportunidades de negócio, e menos a taxa de câmbio. O enfraquecimento do dólar, por exemplo, torna as empresas americanas mais baratas, mas as perspectivas de crescimento do país ainda são bastante incertas e, portanto, os retornos dos investimentos são menos atrativos. A maior parte das empresas brasileiras, avaliam banqueiros, tende a se concentrar dentro do próprio Brasil.
Valor Econômico
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