Preço médio do barril de óleo foi fixado em US$ 8,51 após negociação com o governo.
Por André Borges, Fernando Torres e Graziella Valenti, de Brasília e de São Paulo 02/09/2010
A União pretende colocar na Petrobras o equivalente a US$ 42,5 bilhões, ou R$ 74,8 bilhões, na megacapitalização planejada para permitir a exploração do pré-sal pela estatal. Esse é o valor dos cinco bilhões de barris do pré-sal que o governo vai vender à empresa em troca das novas ações que serão emitidas. O anúncio dos valores foi feito ontem à noite pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o calendário da capitalização, prevista para ocorrer até o dia 30 de setembro, está mantido. "Esta certamente é a maior operação dessa natureza que já foi feita no mundo", disse ele.
A companhia não divulgou o valor total da megaoperação, mas considerando a avaliação dos cinco bilhões de barris que devem ser colocados na estatal, é possível que seja utilizado todo o limite do capital autorizado, ou seja, que a oferta possa ser próxima de R$ 150 bilhões.
A capitalização será feita para que a Petrobras consiga ter acesso ao pré-sal, de titularidade da União, e ainda cumprir seu plano de investimentos de US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos.
O preço dos barris do pré-sal que serão colocados na companhia era o que faltava para que fosse dada a largada para a oferta de ações. O aviso ao mercado, com a quantidade de ações que será vendida e o calendário, será publicado amanhã.
O valor médio encontrado para o barril foi de US$ 8,51. No entanto, não há um preço único. Foram encontrados sete valores diferentes, conforme o campo de petróleo - variando entre US$ 5,82 e US$ 9,04. Os preços foram calculados com base nas consultorias contratadas pela Petrobras e pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para avaliar as reservas.
Ao todo, são sete campos negociados - Tupi Sul, Florim, Tupi Nordeste, Peroba, Guará East, Franco e Iara. Esses campos estão sendo entregues para exploração. Quando recuperar os cinco bilhões de barris, a Petrobras vai devolver os campos ao governo.
O maior campo de todos, que já tem um poço, o de Franco, deverá fornecer 3,1 bilhões de barris, sendo que o preço para o barril de óleo equivalente, com óleo e gás, foi fixado em US$ 9,04.
Segundo Mantega, o governo vai fornecer as duas avaliações completas com planilhas de custo realizadas pelas certificadoras. "Queremos a maior transparência nisso", disse o ministro. Ele falou com a imprensa após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Para o período exploratório, o índice mínimo de nacionalização de equipamentos é 37%. Na fase de implantação o mínimo passa para 55%. Com a operação, a Petrobras terá uma taxa de rentabilidade de 8,83%. "Adotamos essa taxa porque, nos últimos anos, temos baixado a taxa de rentabilidade", afirmou.
Tendo em conta o preço de US$ 8,51, o máximo que a União conseguirá colocar em barris na companhia no primeiro momento - sem contar as sobras - será o equivalente a quatro bilhões de barris, ou R$ 59,7 bilhões. Isso porque a operação, a princípio, deve dar direito de prioridade na alocação a todos os atuais acionistas.
Para essa conta, a participação direta do Tesouro Nacional no capital total foi somada à do BNDES e da Caixa, totalizando 39,79%.
Em teoria, portanto, a fatia do governo seria de até R$ 59,9 bilhões e os minoritários entrariam com no máximo R$ 90,3 bilhões. Caso haja sobras, o governo entraria com R$ 14,9 bilhões que inicialmente estaria previstos para os minoritários, também lastreados em barris, para totalizar o montante de R$ 74,8 bilhões que será usado na compra do petróleo que está na camada pré-sal.
Considerando que o mercado compre US$ 25 bilhões em ações, com o barril a US$ 8,51 e a cotação das ações de terça-feira, a participação da União no capital total da Petrobras pode subir para pouco mais de 49%.
Por André Borges, Fernando Torres e Graziella Valenti, de Brasília e de São Paulo 02/09/2010
A União pretende colocar na Petrobras o equivalente a US$ 42,5 bilhões, ou R$ 74,8 bilhões, na megacapitalização planejada para permitir a exploração do pré-sal pela estatal. Esse é o valor dos cinco bilhões de barris do pré-sal que o governo vai vender à empresa em troca das novas ações que serão emitidas. O anúncio dos valores foi feito ontem à noite pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o calendário da capitalização, prevista para ocorrer até o dia 30 de setembro, está mantido. "Esta certamente é a maior operação dessa natureza que já foi feita no mundo", disse ele.
A companhia não divulgou o valor total da megaoperação, mas considerando a avaliação dos cinco bilhões de barris que devem ser colocados na estatal, é possível que seja utilizado todo o limite do capital autorizado, ou seja, que a oferta possa ser próxima de R$ 150 bilhões.
A capitalização será feita para que a Petrobras consiga ter acesso ao pré-sal, de titularidade da União, e ainda cumprir seu plano de investimentos de US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos.
O preço dos barris do pré-sal que serão colocados na companhia era o que faltava para que fosse dada a largada para a oferta de ações. O aviso ao mercado, com a quantidade de ações que será vendida e o calendário, será publicado amanhã.
O valor médio encontrado para o barril foi de US$ 8,51. No entanto, não há um preço único. Foram encontrados sete valores diferentes, conforme o campo de petróleo - variando entre US$ 5,82 e US$ 9,04. Os preços foram calculados com base nas consultorias contratadas pela Petrobras e pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para avaliar as reservas.
Ao todo, são sete campos negociados - Tupi Sul, Florim, Tupi Nordeste, Peroba, Guará East, Franco e Iara. Esses campos estão sendo entregues para exploração. Quando recuperar os cinco bilhões de barris, a Petrobras vai devolver os campos ao governo.
O maior campo de todos, que já tem um poço, o de Franco, deverá fornecer 3,1 bilhões de barris, sendo que o preço para o barril de óleo equivalente, com óleo e gás, foi fixado em US$ 9,04.
Segundo Mantega, o governo vai fornecer as duas avaliações completas com planilhas de custo realizadas pelas certificadoras. "Queremos a maior transparência nisso", disse o ministro. Ele falou com a imprensa após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Para o período exploratório, o índice mínimo de nacionalização de equipamentos é 37%. Na fase de implantação o mínimo passa para 55%. Com a operação, a Petrobras terá uma taxa de rentabilidade de 8,83%. "Adotamos essa taxa porque, nos últimos anos, temos baixado a taxa de rentabilidade", afirmou.
Tendo em conta o preço de US$ 8,51, o máximo que a União conseguirá colocar em barris na companhia no primeiro momento - sem contar as sobras - será o equivalente a quatro bilhões de barris, ou R$ 59,7 bilhões. Isso porque a operação, a princípio, deve dar direito de prioridade na alocação a todos os atuais acionistas.
Para essa conta, a participação direta do Tesouro Nacional no capital total foi somada à do BNDES e da Caixa, totalizando 39,79%.
Em teoria, portanto, a fatia do governo seria de até R$ 59,9 bilhões e os minoritários entrariam com no máximo R$ 90,3 bilhões. Caso haja sobras, o governo entraria com R$ 14,9 bilhões que inicialmente estaria previstos para os minoritários, também lastreados em barris, para totalizar o montante de R$ 74,8 bilhões que será usado na compra do petróleo que está na camada pré-sal.
Considerando que o mercado compre US$ 25 bilhões em ações, com o barril a US$ 8,51 e a cotação das ações de terça-feira, a participação da União no capital total da Petrobras pode subir para pouco mais de 49%.
Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário