A pesquisa investigou se a evidenciação em relatórios contábeis de informações sobre risco e sobre sua gestão afeta, na margem, a avaliação de firmas no mercado de capitais brasileiro. Questionou-se a existência de value-relevance do disclosure de informações relativas a fatores de risco e a estruturas de gestão de riscos. A importância do tema emerge da documentação de que o disclosure sobre os fatores de risco exerce papel estatisticamente significante na avaliação de firmas em contexto marcado por incerteza econômica e política, caso do mercado brasileiro. Os achados confirmaram que informações sobre o risco mostram relevância informacional para a avaliação das firmas. As informações sobre gestão de risco na firma, por seu turno, não se mostraram significantes para afetar a avaliação das ações das empresas. A investigação sobre o reporte detalhado de distintos fatores de risco apontou que informações individualizadas mostram graus diversos de relevância para avaliação das firmas. Infere-se que a evidenciação de fatores de risco afeta a percepção dos investidores, os quais suportam suas estimativas de retorno também com base na disponibilização e no detalhamento de tais informações. Observou-se, ainda, que a informação sobre estrutura de gestão de riscos não se mostrou value-relevant; ademais, poucas firmas publicaram informações sobre a constituição desse tipo de órgão na estrutura administrativa. Recorreu-se à aplicação do modelo residual income valuation (RIV) (Ohlson, 1995) por meio de regressões com estimação por dados em painel referentes ao triênio 2012-2014. A amostra, delimitada aleatoriamente, foi constituída por 100 empresas. Os dados sobre evidenciação de risco e evidenciação da gestão de risco foram coletados nos Formulários de Referência das empresas, disponíveis no website da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA). Espera-se, como impacto à área de conhecimento, maior amplitude nas discussões sobre a utilidade da divulgação sobre o tema referente a fatores de risco e a existência de órgão específico responsável pela gestão de risco nas firmas, segundo a percepção de investidores. Contribui-se, ainda, trazendo evidências sobre a qualidade de disclosure relativo a risco (fatores e gestão) e a percepção do mercado de capitais quanto à informatividade e à relevância de tais destaques.
Autores:
Veja:
http://www.scielo.br/pdf/rcf/v29n78/pt_1808-057X-rcf-1808-057x201806150.pdf
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