O estudo da história não será completo se o foco recair apenas sobre os segmentos mais poderosos e ricos da sociedade. Para entender por completo os fatos históricos, é vital reunir dados e analisar pessoas comuns, que constituem a grande maioria da população. Algo parecido ocorre ao estudar o mercado de serviços de auditoria. Se nos concentrarmos apenas nas chamadas empresas de grande porte de auditoria e em seus grandes clientes, negociados em bolsa de valores, não teremos uma compreensão aprofundada do mercado. Em 2014, nos 28 países da União Europeia (UE), 92,98% das empresas eram microempresas, ou seja, tinham menos de 10 funcionários. Se restringirmos nossa atenção ao mercado de serviços “de contabilidade, de escrituração contábil, de auditoria e fiscais”, a porcentagem alcança 95,63% (Eurostat, 2017). Em outras jurisdições, os percentuais são semelhantes ou até mais altos. Por conseguinte, de fato, a grande maioria das empresas de auditoria e seus atuais e potenciais clientes consiste em pequenas e médias empresas (PME).
Apesar da importância das PME para o mercado de auditoria, apenas bem recentemente a literatura acadêmica passou a dar a atenção que merecem. É provável que a falta de dados acessíveis e confiáveis seja uma das razões pelas quais muitos estudos do passado negligenciaram esse segmento do mercado e concentraram-se em grandes empresas de auditoria. Neste editorial, enfocamos os insights gerados pela literatura recente que examina as PME no mercado de auditoria, tanto do lado da oferta como da procura. Destacamos como essa vertente da literatura aprimorou nossa compreensão sobre como funciona o mercado de serviços de auditoria e como ele proporciona diversas oportunidades para novas pesquisas.
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http://www.scielo.br/pdf/rcf/v29n76/pt_1808-057X-rcf-29-76-9.pdf
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