As transformações nos vários campos do saber são inúmeras e nesse contexto, surgem temas como: transgênicos, mapeamento genético, física quântica, inteligência artificial, cura genética, neurociência, novos planetas, nanotecnologia, celulares sofisticados, entre outros.
Para a professora, escritora e Mestre em Letras pela PUC (RJ), Valéria Cristina Pereira: "Os programas apresentados para a manutenção e/ou desenvolvimento das organizações supõem um indivíduo constantemente preparado para [...], como, por exemplo, a consciência para perceber maneiras de resolução das dificuldades encontradas no ambiente de trabalho e aprendizado contínuo. Porém, tais programas não mostram aos indivíduos formas de aperfeiçoamento desta consciência [...]".
A escritora continua: "Como desenvolver esta consciência? Como adquirir autonomia e acesso à informação? Como aprender a aprender de forma crítica? Como alcançar leituras e linguagens para muitos inacessíveis? Como manter o desenvolvimento desta consciência no cotidiano e na dinâmica das organizações? Os programas não respondem a tais perguntas, à medida que não exploram a força de potência individual e a prática do desenvolvimento da consciência [...]".
Frente a essa complexidade dita como Era da Informação e do Conhecimento, repensar e aperfeiçoar as formas de "linguagem" e do "pensar" sobre essas linguagens tornam-se mais eficientes e eficazes no cenário multi e interdisciplinar da sociedade moderna.
No que tange à "linguagem e seus atores", ainda, podemos relacionar com as teorias do PhD em Psicologia Howard Gardner (apud BUTLER-BOWDON) sobre os tipos de inteligência. São elas:
- Inteligência linguística.
- Inteligência lógico-matemática.
- Inteligência musical.
- Inteligência corporal cinestésica.
- Inteligência visual-espacial.
- Inteligência interpessoal.
- Inteligência intrapessoal.
- Inteligência lógico-matemática.
- Inteligência musical.
- Inteligência corporal cinestésica.
- Inteligência visual-espacial.
- Inteligência interpessoal.
- Inteligência intrapessoal.
Percebemos, então, um maior número de "inteligências" do que aquela que somos normalmente educados (programas tradicionais) e avaliados: inteligência lógico-matemático, o que sugere, mais uma vez, a necessidade de repensar a forma de "pensar e educar", seja no âmbito organizacional, seja no âmbito escolar, pois afinal, "esses são interdependentes e interferem na sociedade como um todo".
Já em relação ao "pensar", destaque para os estudos do sociólogo Edgar Morin ("Pensamento Complexo") e do psicólogo Edward de Bono ("Criatividade e Pensamento Lateral") que vão ao encontro dos estudos da professora Valéria Pereira.
Edgar Morin ("Pensamento Complexo"):
A concepção da necessidade do "modelo de pensamento complexo" advém das revoluções provocadas nas ciências com a Teoria da Relatividade ("Albert Einstein - afirmou que tempo e espaço são relativos e estão profundamente entrelaçados") e da Mecânica Quântica ("segmento da física moderna que estuda o movimento das partículas muito pequenas, mesmo de limites muito imprecisos, dos quais começam a notar efeitos como a impossibilidade de conhecer com infinita acuidade e ao mesmo tempo a posição e a velocidade de uma partícula").
Em linhas gerais, tanto a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica já haviam obrigado as ciências a reverem suas doutrinas e Leis (leis que até então eram inquestionáveis) referentes à relatividade, incertezas a probabilidade na esfera da física, e nesse aparente "caos" surgi a Teoria do Caos:
"Quando tudo parecia incerto e relativo, a teoria do caos, já na segunda metade do século, veio, de certa forma, na direção oposta, ao demonstrar que também no sistema caótica existem ordem" (Revista Nova Escola: edição especial, nº 25, p. 114).
As transformações descritas acima e outras, levaram ao Edgar Morin a definir princípios de reformulação do conhecimento humano para ajustar a realidade e a sociedade do conhecimento e da informação. Entre esses princípios, que são 7 (Revista Nova Escola: edição especial, nº 25, p. 114-115), destaco alguns:
- Reintrodução do conhecimento em todo o conhecimento (pensamento crítico sobre o próprio pensar).
- Princípio sistêmico (o todo é mais do que a soma das partes).
- Ciclo retroativo (a causa age sobre o efeito e vice-versa).
- Autoeco-organização (o homem se recria em troca com o ambiente).
- Outros.
- Princípio sistêmico (o todo é mais do que a soma das partes).
- Ciclo retroativo (a causa age sobre o efeito e vice-versa).
- Autoeco-organização (o homem se recria em troca com o ambiente).
- Outros.
Os princípios de Edgar Morin vão além, evidentemente, do exposto acima, logo, este artigo não pretende esgotar o debate sobre, pelo contrário.
Edward de Bono ("Criatividade e Pensamento Lateral"):
"Pensar sobre o próprio pensar" implica também novas abordagens, um novo olhar, um desvio das concepções tradicionais culturais, ou seja, ‘uma busca de atalhos, um pensamento lateral', não como forma de excludente, mas sim, propondo diálogos, melhorias e o além do sim/não; um está certo e o outro está errado.
Para Edward (1997, p. 81), "hoje, ficou óbvio, [...], que se quisermos evitar catástrofe precisamos escapar de ideias obsoletas e desenvolver novas ideias".
Em outro trecho ele vai além (1997, p.81-82):
Em outro trecho ele vai além (1997, p.81-82):
"A mente coletiva e individual do homem age como um sistema de padrões que cria ideias a partir da experiência. Uma vez criadas, essas ideias ficam mais firmemente estabelecidas e controlam nossa forma de ver as situações atuais e as novas experiências. As ideias são a lente através da qual vemos os fatos e fim de vermos as informações. [...]. Sem capacidade de desenvolvimento de padrões, a linguagem seria impossível. Entretanto, todos os sistemas de padrões exigem um método para romper um padrão estabelecido a fim de ver as coisas sob uma ótica diferente. Sem tal método, haverá apenas a continuação das antigas ideias, que se tornam cada vez mais obsoletas. Por isso, o progresso se deve á criatividade, que nos permite ver as coisas de forma diferente".
Ele propõe, então, a metodologia do pensamento lateral: "A palavra lateral implica abandonar as formas estabelecidas de ver as coisas e procurar novas perspectivas. Essa atitude é uma busca não da melhor forma, mas de formas alternativas".
Para desenvolver atitudes criativas, ele propõe (DE BONO apud BUTLER-BOWDON, 2012, p. 72-73):
- Gere alternativas; mais escolhas.
- Desafie pressupostos.
- Crie um número predeterminado de ideias sobre um assunto.
- Faça analogias ente situações aparentemente diferentes.
- Inverta a maneira como está enxergando algo.
- Suspensão de julgamentos; nutrir uma ideia o tempo suficiente para verificar se ela pode funcionar, mesmo que não seja interessante aparentemente.
- Gere alternativas; mais escolhas.
- Desafie pressupostos.
- Crie um número predeterminado de ideias sobre um assunto.
- Faça analogias ente situações aparentemente diferentes.
- Inverta a maneira como está enxergando algo.
- Suspensão de julgamentos; nutrir uma ideia o tempo suficiente para verificar se ela pode funcionar, mesmo que não seja interessante aparentemente.
Ressalto que os estudos e as reflexões não se esgotam aqui! Convido ao leitor a aprofundar os estudos sobre o "Pensamento Lateral" e o "Pensamento Complexo" e encontrar formas de aplicar nos seu lar, na sua empresa, na sua escola, no seu projeto, nos seus relacionamentos, enfim, "incentivando e atuando nas verdadeiras reformas: na forma de pensar que levam às ações!".
"Pensamento crítico sobre o próprio pensar" é urgente e atemporal, ainda mais neste momento de crise ambiental, educacional, de valores etc.
Leandro A. Zavam Formado em Administração de Empresas pelo Instituto Vianna Júnior, curso este chancelado pela FGV. Formou-se também em Personal & Professional Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) e participou do Seminário Comportamental Empreendedor (EMPRETEC/ SEBRAE). Especializando em Neuroaprendizagem e atualmente atua como coach, palestrante e administrador.
Fonte: RH
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