Até três anos atrás o empresário brasileiro Eike Batista estava à frente de um grupo de empresas mundialmente respeitadas, era considerado o grande símbolo no Brasil do "profissional de sucesso" e previa se tornar o homem mais rico do mundo até 2015.
Contudo, em 2012 suas empresas deixaram de cumprir prazos e de atingir metas, gerando um pessimismo generalizado que afastou investidores e causou uma queda estrondosa no valor das ações do grupo. Resultado: o castelo de areia ruiu.
Esse exemplo pode estar longe da sua realidade, mas muitas outras empresas e profissionais passam ou passarão por crises e/ou transformações significativas, já que a competitividade e a exposição aos riscos são inevitáveis para aqueles que se lançam no mercado.
Em momentos de dificuldade a figura do líder é extremamente importante para a equipe. Porém, muitos gestores quando estão diante de uma crise abandonam seus liderados sem orientações e se isolam para encontrar alguma solução. Quando se dão conta, percebem que as coisas só pioraram, pois além dos problemas relacionados ao negócio, agora têm de lidar também com pedidos de demissão de alguns dos membros da equipe e a correção dos trabalhos malfeitos de quem estava motivado para ajudar, mas totalmente desorientado.
Sua ausência ao invés de contribuir para a solução dos problemas contribuiu para que eles aumentassem, já que deixou recair sobre suas costas toda a responsabilidade, afinal, isolado não havia a possibilidade de compartilhar e muito menos extrair alternativas dos seus liderados.
Em tempos de crise o líder precisa demonstrar sua capacidade de superar desafios, manter a equipe próxima de si e ser um hábil comunicador a fim de minimizar os impactos negativos do momento presente. Não pode permitir que a equipe sinta as suas dores, porém também não deve tratá-la como se nada estivesse acontecendo.
Líderes eficazes superam tempos de crise mais facilmente porque têm ao seu lado pessoas preparadas para vencer grandes desafios. Gente que foi talhada no período de bonança para brilhar exatamente quando o contexto exige que elas atuem diante de incertezas crescentes, afinal não dá para pensar em capacitar a tropa quando a guerra já foi iniciada!
É claro que nos períodos turbulentos tudo acontece mais rápido e as decisões - especialmente as equivocadas - parecem ter um peso muito maior, mas por outro lado são estes momentos que lhe permitem demonstrar sua real competência. Nos tempos de paz é difícil sabermos se um gestor é bom ou apenas alguém de sorte.
Charles Darwin disse que "não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças". Portanto, quanto mais cedo você consegue antecipar-se aos possíveis problemas, mantém seu radar atento às variáveis do setor no qual atua e tem por hábito desacomodar sua equipe de tempos em tempos, menores são as probabilidades de enfrentar processos traumáticos.
Não pretendo fornecer uma receita para enfrentar crises, mas se puder dar um conselho aos líderes, gostaria de reforçar a necessidade de formar uma equipe preparada para atuar no sucesso e também na crise, com pessoas capazes de encontrarem soluções ou alternativas, mesmo diante de uma grande pressão. Isso é nada mais que criar e disseminar na sua equipe a cultura de se superar sempre.
Há quem diga que liderar quando as coisas vão bem é fácil, o difícil é liderar diante de uma crise. Eu prefiro pensar que nos dois casos é necessário atingir os objetivos com a equipe e estar preparado para os constantes desafios.
Há quem diga que liderar quando as coisas vão bem é fácil, o difícil é liderar diante de uma crise. Eu prefiro pensar que nos dois casos é necessário atingir os objetivos com a equipe e estar preparado para os constantes desafios.
Flávio Moura
Palestrante e consultor empresarial nas áreas de Gerenciamento em Vendas e Gestão do Relacionamento com o Cliente, possui especializações em Estratégia Empresarial e Empreendedorismo, bem como em Engenharia da Produção e Logística. Além disto, é mestrando em Administração de Empresas e atua como professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação de várias instituições de ensino. Nos últimos dez anos esteve à frente de operações estratégicas, táticas e operacionais de empresas de expressão nacional, conduzindo a implantação de projetos de melhoria e gerenciamento de operações.É reconhecido por sua grande capacidade de transmitir conceitos complexos de uma forma lúdica e acessível para diferentes públicos que necessitem aprender ferramentas e técnicas de gestão, como também habilidades comportamentais. É reconhecido por sua grande capacidade de transmitir conceitos complexos de uma forma lúdica e acessível para públicos que necessitem aprender ferramentas, técnicas e habilidades de Liderança e Gerenciamento.
Fonte: RH
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