Toda organização, para ser duradoura, precisa tornar explícitas as crenças, os valores e as normas que a governam e o rumo que a direciona.
O nosso rumo é: SOBREVIVER, CRESCER e PERPETUAR.
Isso significa que, para o desenvolvimento de uma cultura, seja de que natureza for, devem ser estabelecidos, previamente, os propósitos e os princípios morais que irão guiar os passos daqueles que a ela aderirem, cabendo aos Líderes reunir pessoas que compartilhem desses propósitos e princípios, torná-los comuns e trabalhar em conjunto, tendo como resultado final a contribuição de cada um e de todos.
Portanto, o empresário que quer desenvolver uma cultura empreendedora, precisa identificar pessoas que, além do caráter, da vocação e da vontade de servir, estejam sempre em busca do que é o certo e não de quem está certo. Pessoas que tenham a capacidade ininterrupta de aprender, compreender, avaliar e reaprender, dotadas, como ele, de espírito empreendedor, embasado pelo ESPÍRITO DE SERVIR.
Há, pelo mundo afora, uma riqueza e diversidade de culturasempresariais muito grande. De um modo geral, todas têm os seus méritos e o seu valor.
Em nossa Organização desenvolvemos o que denominamos TECNOLOGIA EMPRESARIAL ODEBRECHT - TEO. Ela é o nosso guia em todos os momentos, porque é uma filosofia de vida aplicada ao trabalho.
É uma referência colocada à disposição dos empresários-parceiros para que possam coordenar e sistematizar as ações das equipes e das pessoas que lideram. É um instrumento eficaz para fazer acontecer, a partir do alinhamento entre Líderes e Liderados.
Nossa Tecnologia Empresarial é fruto de consciência e intuição: consciência de confiar e servir e intuição para perceber que autonomia com responsabilidade é fator de auto-estima e de incentivo ao autodesenvolvimento. Nossas concepções lhe deram origem e nos fazem perceber, em cada situação, qual a nossa decisão, atitude e comportamento, alinhado com a nossa TEO. Esta é a nossa cultura.
Ao longo de nossas vidas, vivenciamos uma série de experiências, aprendizados e desenvolvemos percepções que são fruto de nossas concepções. Essas concepções são fruto da formação e educação recebidas desde a infância nos âmbitos familiar, escolar e sociocultural, alinhadas às nossas crenças e valores, bem como aos conhecimentos, experiências e informações adquiridas.
Por isto diz-se que formar um Ser Humano é dotá-lo de uma concepção de mundo e capacitá-lo a colocar em prática tal concepção, a partir das percepções de e em cada situação.
Aos poucos, essas percepções vão se aperfeiçoando e se estruturando, pela prática da reflexão e pelos novos aprendizados, sobre princípios, valores e crenças que formam as concepções. Uma vez solidificadas, as concepções compõem um patrimônio imaterial – intangível.
Existem, portanto, três condições que considero básicas para o desenvolvimento e perpetuidade de uma Organização e de sua cultura:
· Filosofia empresarial explícita, constituída pelo conjunto de concepções, princípios, valores e crenças;
· A consciência de que o nosso maior patrimônio não consta nos balanços, porque é aquele formado por pessoas educadas para servir aos Clientes e às comunidades com as quais interagem, praticando um empresariamento marcado pela responsabilidade social – o patrimônio humano da empresa;
· O compromisso de SERVIR e não o de SER SERVIDO.
Fincados estes três pilares, caberá a cada empresário que quer criar e perpetuar um negócio ou uma organização, agir como um autêntico educador, fazendo da vida empresarial um grande acordo moral, material e psicológico, onde os liderados, tratados como parceiros e formados dentro de um clima de confiança, sustentada por disciplina, respeito, amizade e lealdade, exercitem, com autonomia, a própria capacidade de empresariar, de forma descentralizada, sem imposição de limites ao potencial de cada um. É imperativo que nossos empresários-parceiros pensem, sintam e ajam como donos.
Emílio Odebrecht é Presidente do Conselho de Administração da Organização Odebrecht.
Fonte: Endeavor
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