Marquei uma reunião em um escritório central da cidade. Em minha agenda, constavam o endereço e o nome, menos o telefone da pessoa com a qual falaria. Tudo absolutamente cronometrado e organizado, se não fosse o número do telefone. Estava empolgada com a possibilidade de uma parceria. No horário combinado, eu estava no sexto andar, diante da sala 604. Estranhei, pois o número da sala não era o 604. Mesmo assim, bati, mas ninguém atendeu. Conferi minhas anotações e me certifiquei de que estava no endereço certo, porém algo estava confuso. Era como se uma tempestade de areia encobrisse meus olhos e embaralhasse o meu excelente senso de orientação.
Pedi ajuda ao porteiro e ele afirmou, gentilmente, que aquele número não existia naquele prédio e sugeriu:
- Por que a senhora não tenta o prédio ao lado?
Foi o que fiz. Disparei em direção ao meu objetivo com a pressa de um leão que vai para a caça. Voei sobre o meu lindo salto alto. Praticamente despenquei pela rua e ao me deparar com o sexto andar, mais uma surpresa. Não havia aquela numeração. Tudo muito estranho. O relógio saltava do meu pulso, alertando-me do atraso de dez minutos que já consumiam a minha agenda.
Respirei fundo, olhei para o meu salto e disse: - Você sabe voar? Você pode transformar-me em uma mulher the flash? E lá fui eu correndo para longe daquele corredor com silêncio ensurdecedor. Ao falar com o porteiro gelei, cansei, arrepiei, me culpei, estressei, mas não desisti. Insisti. Mexi meu corpo rumo a outro prédio. Nada estava me ajudando a encontrar o que EU queria. Meu atraso disparou e, estranhamente confusa, sentei, passei a mão no meu rosto.
Olhei para minha condição sem entender nada. Senti uma vontade de chorar. Não era de raiva, mas de indignação. Mesmo que eu encontrasse o escritório, o atraso já era imenso, o que impossibilitaria a criatividade e a cumplicidade para fecharmos qualquer parceria.
Mesmo assim, não desisti. Liguei para minha secretária, que confirmou o endereço, procurei-o na Internet, mas nada constava. Queria ao menos ir até o meu encontro para explicar o meu atraso. Porém, tudo o que eu queria, não resultava em êxito. Caminhei pela rua concentrada na minha estupidez. Falando ao pé do meu ouvido o que nem o seu pior inimigo mereceria ouvir. Naquele momento eu era um nada perambulando sem destino, o desconforto gigante queimava minha altivez, e meu corpo sempre ereto estava torcido para frente, meu nariz quase arrastava ao chão. A autoestima estava aos meus pés.
Derramei lágrimas de inconformismo. Toda minha postura de vencedora se dissipou diante de um endereço que não foi encontrado. Naquele momento, a mais confusa das mulheres pisava em si mesma. Porém, enquanto eu lastimava a minha ignorância na organização da agenda, em algum lugar da cidade, reunia-se um grupo de mulheres com uma pauta que seria a minha cara. Uma pauta que necessitaria do meu trabalho para torná-lo glamoroso, forte, imbatível e um sucesso. Meu nome estava sendo cogitado para encabeçar um projeto revolucionário e específico ao público feminino.
Ah, esqueci-me de dizer que a reunião na sala 604 tinha um objetivo pessoal de buscar convencer aquela agência a encabeçar um projeto nos mesmos termos que estava sendo traçado a algumas quadras dali.
O mundo estava se reunindo para organizar oportunidades para mim, e eu estava me movendo para buscá-las também. No mesmo instante em que eu me movi conscientemente, a energia foi ativada em rumo da melhor escolha. Nós nem sempre a fizemos, mas, se estivermos conectados com a sabedoria maior, o inconsciente coletivo será acionado e passaremos a ser e pertencer. Isso significa que nossas escolhas passam pela avaliação do Universo, o que amplia nossa probabilidade de acerto.
Quando atuamos de forma impulsiva, com o ego à flor da pele, é possível que a opção correta passe longe do nosso salto. O que estava acontecendo comigo era exatamente isso, ou seja, o Universo estava sinalizando que não era com aquele escritório que a parceria deveria ser fechada, e sim com o outro projeto, que estava em outro ritmo, em um tempo diferente do meu, mas que estava à altura do meu projeto.
Infelizmente eu, com meu olhar focadíssimo em meu ego, esqueci-me de avaliar os sinais. Tanto que tratei de enaltecer minha incompetência em vez de observar o significado da confusão mental e as coincidências que estavam desviando os passos do endereço que escolhera encontrar. Sinais que eu desviei. Sinais que sacudiam o meu corpo para acordar e desistir. Ao invés disso, segui teimosamente. Só desisti quando um vento forte arrasou meu cabelo e fez meu vestido voar feito a Marilyn Monroe naquele filme, lembram?
O frescor invadiu meus pulmões e oxigenou meu cérebro. Suspirei, sorri e relaxei. Levei uma hora para entender o significado daqueles desencontros. Agradeci mentalmente tudo o que havia me acontecido e desisti de tentar. Retornei ao meu ninho, ou seja, recuei para o meu escritório.
Dias depois, um telefonema invade o meu mundo e me convida para aquilo que eu procurara abrir sozinha na sala 604. A parceria foi brindada por sorrisos de satisfação de ambas as partes. Esse encontro em que pessoas certas se encontram no momento certo para realizar um projeto que está na hora certa de se realizar é o que Amit Goswami, físico indiano, do qual sou aluna, chama de encontro quântico.
Você está preparado para fazer seus negócios e dar andamento ao seu projeto observando os sinais que o direcionam e os que o afastam?
Boa sorte a todos!
Irlei Wiesel Terapeuta Comportamental, com especialização em hipnose, treinada pelo Dr. Jeffrey Zeig e Stephen Gilligan além de outros. Master Practitioner em Programação Neurolingüística e Practitioner em Terapia da Linha do Tempo. Membro da Time Line Therapy com sede no Hawaí-USA. Pós-Graduada em Psicopedagogia. Formação em Reiki. Especialista em Regressão de Memória. Com formação em Terapia Reencarnacionista. Atua a mais de 15 anos em sua clínica, além de ministrar Cursos e Palestras na área Comportamental.
Fonte:RH
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