No final do ano, governo fez manobras para aumentar superávit primário.
Publicação fala ainda sobre o avanço da inflação no país.
Publicação fala ainda sobre o avanço da inflação no país.
A revista britânica "The Economist" afirma em sua edição desta semana que os novos dados de inflação trazem mais pessimismo ao Brasil. "Notícias econômicas decepcionantes não param de chegar para os brasileiros", diz a reportagem, ao citar, entre outros fatores, o fraco crescimento de 2012.
A publicação ainda cita o superávit primário e diz que o Brasil poderia atingir um resultado menor sem colocar em risco a reputação de sobriedade fiscal, mas que a melhor alternativa para isso seria alterar a meta, e não "recorrer à contabilidade criativa" (veja aqui o texto original, en inglês).
No final do ano passado, o governo federal executou manobras contábeis para aumentar o chamado "superávit primário", que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, relativo ao ano de 2012.
A utilização de manobras contábeis para inflar o superávit primário não é um expediente novo no Tesouro Nacional. Em 2009, por exemplo, a União obteve um incremento de R$ 13 bilhões somente com medidas heterodoxas (não usuais), como o recebimento de R$ 8,9 bilhões a mais em depósitos judiciais antigos.
A revista observa que a inflação de 5,84% em 2012 ficou acima das expectativas do mercado e perto do teto da meta pelo terceiro ano consecutivo e poderia ter sido ainda mais alta se não fosse por medidas como o congelamento de tarifas de transporte público em determinadas cidades antes das eleições de outubro do ano passado.
"A maioria dos analistas agora acha que a inflação será de cerca de 6% neste ano. A cada semana, eles estão revisando para baixo suas estimativas de crescimento para 2012, agora em torno de 3%", diz o texto.
A Economist menciona também preocupação com planos de enfraquecer a lei de Responsabilidade Fiscal de 2000.
"Isso sugere que, com uma eleição presidencial prevista para 2014, autoridades vão fazer o que for necessário para atingir a previsão de crescimento de 4% neste ano", diz a revista.
Mais críticas
Em texto publicado nesta terça-feira (15), o blog "beyondbrics", do jornal britânico "Financial Times" analisa a situação da economia do Brasil e diz que governo faz uso do "jeitinho brasileiro" para administrá-la, diante do crescimento ainda lento e da alta de preços maior do que a esperada. "Banco Central e Ministério da Economia tornaram-se profissionais do jeitinho", afirma.
Em texto publicado nesta terça-feira (15), o blog "beyondbrics", do jornal britânico "Financial Times" analisa a situação da economia do Brasil e diz que governo faz uso do "jeitinho brasileiro" para administrá-la, diante do crescimento ainda lento e da alta de preços maior do que a esperada. "Banco Central e Ministério da Economia tornaram-se profissionais do jeitinho", afirma.
O blog é o mesmo que, no final de 2012, chamou a presidente Dilma Rousseff de "rena do nariz vermelho", personagem de histórias tradicionais de Natal, em uma sátira. No “conto”, a publicação faz piada com a economia brasileira e com as previsões do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A revista britânica "The Economist" também criticou o modo como Mantega conduz a política econômica. A publicação afirmou que as declarações do ministro abalam a confiança na economia brasileira, e que Dilma deveria demiti-lo. O texto provocou reação da presidente, que afirmou, à época, que o Brasil não vai aceitar "de maneira alguma" a sugestão da revista.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário