Por Silvia Rosa
De São Paulo
A aplicação em títulos públicos atrelados à inflação de prazos mais longos ajudou os fundos de renda fixa de previdência privada aberta a encerrar novembro com rentabilidade de 0,90%, batendo a variação do CDI no período (de 0,86%) e liderando os ganhos do setor. É o que mostra o estudo da NetQuant, realizado em parceria com a Towers Watson, que abrangeu 596 carteiras.
O desempenho dos fundos de renda fixa revela que os gestores aproveitaram o movimento de queda da taxa básica de juros da economia (Selic), hoje em 11% ao ano, aplicando em Notas do Tesouro Nacional - série B (NTNs-B) de prazos longos. Esses papéis, que remuneram o investidor com uma taxa prefixada mais a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tendem a se valorizar justamente quando há um movimento de redução da Selic, o que traz ganhos para as carteiras dos fundos.
Um bom termômetro para o ganho com os títulos públicos ligados à inflação é o índice IMA-B 5+, que acompanha o retorno das NTNs-B com prazo superior a cinco anos. Em novembro, esse índice apresentou alta de 2,58%, batendo por muito o CDI (0,86%). No ano, até o mês passado, o IMA-B5+ acumula alta de 13,96%.
O fundo CSHG Mapfre Juro real FIC FI Multimercado foi um dos que aproveitaram esse cenário. A carteira, que fechou novembro com ganho de 1,82%, busca aplicar em papéis de médio e longo prazo, com vencimento entre 2014 e 2020, compondo um prazo médio da carteira de seis anos e meio. "Aproveitamos as oportunidades de mercado para comprar papéis que estão baratos e vender os que estão caro", diz Ricardo Valente, gestor de renda fixa da CSHG.
Apesar da valorização recente das NTNs-B de prazo mais longo, Luciano Sobral, gestor da Fram Capital, ainda vê boas oportunidades nesses papéis em 2012. "As taxas pagas e alguns papéis ainda apresentam certo prêmio", afirma Sobral.
As NTNs-B com vencimento em 2020, por exemplo, estavam pagando uma taxa prefixada de 5% mais a variação do IPCA. "O papel oferece uma taxa de juros real acima do que estamos esperando para o final de 2012, que é de 4%", afirma Sobral. Os dois fundos de previdência de renda fixa da gestora têm se destacado neste ano, apresentando ganho de 12,81% e 12,63%.
Antes de o investidor se animar e correr para os fundos de renda fixa, é importante olhar o rendimento médio dessas carteiras em prazos mais longos para verificar se os ganhos são consistentes. Apesar do bom desempenho em novembro, os fundos de renda fixa ainda perdem da variação do CDI no ano, de 10,59%. Aliás, nenhuma das categorias de fundos de previdência aberta, incluindo os que aplicam em renda variável, supera o referencial em 2011.
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