Mercados emergentes tem se tornado mais atrativos para investimentos, e isto significa oportunidades para o Brasil.
O ambiente está cinza: nos Estados Unidos a recuperação econômica é questionada. Além disto, o contexto político tem criado situações de trava (por sua estrutura bipartista), como vimos nas recentes aprovações do Congresso americano. Na Europa, a situação econômica e social não é entusiasmante. Além disto, a sociedade mundial tem questionado (e não me cabe entrar no mérito da questão) a concentração de riquezas e o sistema financeiro nacional (vimos isto nos movimentos de Wall Street nos Estados Unidos e, mais recentemente, em Londres, na Inglaterra). As grandes economias do mundo (Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra, Japão, dentre outras) estão se aproximando dos Emergentes (Brasil, China, índia, Turquia, etc.). Ou seria o contrário?
Enfim, verificamos que os mercados emergentes, ainda que afetados por toda esta incerteza mundial, tem se tornado mais atrativos para investimentos por sua contínua perspectiva de crescimento, aumento de renda média, necessidade de infraestrutura, oportunidades de consolidação de setores, etc. E isto significa oportunidades para os empresários e empresas.
O mercado de fusões e aquisições continua aquecido e tende a superar, em número de operações fechadas, o desempenho de 2010. Mas, sujeito ao reflexo da crise na Europa e nos Estados Unidos, que não deve ser passageira e vai afetar o Brasil, questionamos o quanto a aversão ao risco e falta de financiamento/recursos podem, em certa medida, fazer o capital estrangeiro e o nacional pisarem no freio.
Mas, por enquanto, o clima é de animação e forte atividade. Os objetivos para vender, comprar ou fundir negócios também são variados - vão desde comprar aumento de capacidade de produção até resolver um problema de sucessão entre sócios. Em busca de um mercado mais aquecido, o capital estrangeiro interessa-se por empresas brasileiras.
O fato de o real ter perdido valor em relação ao dólar contribui para reduzir o valor dos ativos brasileiros. Mas uma operação de fusão ou aquisição não costuma ser pautada por fatores conjunturais como esse - a estratégia de longo prazo é o mais importante, principalmente para investimentos relacionados a consumo e infraestrutura.
Olhando para trás (lá em 2008, quando o banco Lehman Brothers quebrou e vimos a crise das hipotecas americanas) o ritmo de negócios no mundo e no Brasil sofreu. Em 2007 atingimos um número de 720 transações anunciadas, e em 2008 e 2009, ficamos no patamar de 650.
Mas desta vez, por enquanto, não vemos redução da atividade de fusões e aquisições. E isto significa interesse. Em 2010 foram anunciados 797 negócios (10% acima de 2007, o ano com maior liquidez e atividade da economia. De janeiro a setembro de 2011 temos 553 negócios anunciados - no mesmo patamar de 2010. Os investidores nacionais e internacionais continuam procurando pelo Brasil e suas empresas. As empresas listadas em bolsa (de capital aberto) estão ativas e os Fundos de Private Equity batem recorde de atividade, estando presentes, em 2011 em 44% dos negócios anunciados.
Em suma, acredito que o momento é bastante oportuno. Os investimentos estão dando suporte ao crescimento de empresas de diversos setores que, desta forma, aproveitam as oportunidades propiciadas pelo excelente momento econômico brasileiro. Tal como no Brasil, os investimentos de Private Equity desempenham papel importante também em outras economias, inclusive naquelas que atualmente se recuperam dos recentes desdobramentos da crise financeira global iniciada em 2008.
Alexandre Pierantoni é sócio da PwC Brasil, especialista em Corporate Finance, e também escreveu sobre "A Hora Certa de Vender sua Empresa".
Fonte Endeavor
http://endeavor.org.br/endeavor_mag/estrategia-crescimento/fusoes-aquisicoes/fusoes-e-aquisicoes-no-brasil-e-a-situacao-mundial
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