Você deve se fazer cinco perguntas antes de decidir terceirizar sua contabilidade (e o custo é só uma delas).
No dia a dia das empresas que atendemos, vez ou outra nos deparamos com o seguinte dilema: ter uma contabilidade terceirizada ou própria? E um aspecto que nos causa certa frustração é de que este tema tende a ser tratado somente pela ótica do custo: qual a opção mais barata?
A métrica do custo na maioria das vezes se mostra imprópria para o tratamento do tema. Já me deparei com situações aonde o empreendedor achava que estava fazendo um grande negócio em terceirizar e na verdade de longe está era a opção mais cara, e vice versa. Na hora de decidir por uma contabilidade interna, própria, ou externa, terceirizada, leve em consideração os seguintes aspectos:
Complexidade: empresas com processos complexos tendem a demandar uma contabilidade interna. Um bom exemplo para facilitar o entendimento seria o de uma empresa de serviços versus uma industrial. Enquanto que esta última apresenta estoques, sistema de custeio, carga tributária que envolve a apuração e pagamento de impostos sobre a produção, a de serviços apresenta uma estrutura menos complexa, tendendo a ter um nível de exigência menor da sua área contábil.
Tamanho: faturamento, número de filiais, atuação no exterior, dentre outros itens podem determinar a necessidade de uma equipe interna. Antes de tomar a decisão deve-se entender o ambiente em que a empresa está inserida.
Tempestividade: se há uma necessidade do conhecimento dos resultados contábeis em um prazo muito curto, este é um indicador de uma contabilidade interna. Assim se evitaria a “competição” com os demais clientes do escritório de contabilidade. Somente para ajudar na conta, quanto custa ter os resultados apurados e comunicados tardiamente?
Confidencialidade: muitas empresas atuam em segmentos onde há a necessidade de uma maior observância da confidencialidade das informações. Esta foi uma situação que ocorreu com certa frequência nas empresas que foram para a oferta pública inicial de ações, IPO, onde seus dados contábeis devem ser comunicados ao mercado de forma única, para que não haja o risco de informações privilegiadas. Muitas empresas que optaram por manter a contabilidade terceirizada firmaram acordos de confidencialidade com seus fornecedores.
Custo: aqui realmente é onde reside o maior risco. Poucos empreendedores conseguem realmente aferir quanto realmente custa sua contabilidade. E não estamos falando apenas do custo direto e mensal, lembro de um empreendedor que falou que estava gastando R$ 10 mil reais por mês, que ele achava pouco, e quando confrontado com a informação de que na verdade a mesma custava R$ 130 mil ano ficou atônito. Poucos fazem a conta do custo ano, tendendo assim a subestimar o custo real do serviço. Por outro lado, custos com aluguel da área a ser ocupada pela contabilidade devem ser adicionados aos da remuneração dos profissionais.
Por outro lado, uma opção a ser analisada com muito cuidado é a manutenção de uma estrutura terceirizada, entretanto com a designação de um ou mais funcionários do terceirizador para trabalhar nas instalações da empresa. Temos visto a aplicação desta solução mista em benefício de todos os outros aspectos destacados anteriormente.
Paulo Sérgio Dortas é sócio de Strategic Growth Markets (SGM) da Ernst & Young Terco, e também escreveu sobre "As 5 dicas para evitar frustrações com a contabilidade"
http://endeavor.org.br/endeavor_mag/financas/contabilidade-gerencial-e-auditoria/contabilidade-terceirizar-ou-nao
Nenhum comentário:
Postar um comentário