Publicado em 12 de maio de 2011
Medidas do governo federal para conter o crédito e diminuir o ímpeto da economia já surtem efeito no País
São Paulo O gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, afirmou que a desaceleração do crédito nos próximos meses deve ser puxada pelo segmento de crédito para pessoa física, principalmente na área de veículos. O executivo afirmou que o crédito para pessoa jurídica, que até então não tinha sido afetado, também deve sofrer impacto nos próximos meses. "Acreditamos que a economia deve desacelerar a partir do primeiro trimestre, já que dados preliminares de abril mostram certa acomodação. Isso deve demandar menos capital de giro das empresas, algo que se soma ao fato de os juros já estarem mais elevados", disse.
Perto do teto
Segundo Rabi, a continuar no atual ritmo, a concessão de crédito deve atingir apenas em setembro o crescimento de 15% em 12 meses, teto da estimativa desejada pelo Banco Central - de 10% a 15% em 2011 na comparação com 2010. Segundo ele, a média diária de concessão de crédito para pessoa física estava em R$ 3,5 bilhões entre agosto e novembro do ano passado e, no final de março deste ano, estava em R$ 3,3 bilhões. "Ainda estamos no início do processo de desaceleração e as taxas anuais de crescimento do crédito ainda estão variando entre 18% e 29%", afirmou Rabi.
Medidas emplacam
Segundo ele, em setembro, o crédito deve convergir para a meta do BC e atingir uma média diária de concessão de crédito para pessoa física de R$ 3,1 bilhões. Rabi afirmou que a taxa de juros de mercados futuros, que é um dos componentes do indicador da Serasa Experian, já embute dois aumentos na Selic, provavelmente de 0,25 pp, até o fim do ano. "As medidas do governo para conter o crédito estão na direção correta, mas, para ter uma convergência mais rápida, o BC teria de apertar ainda mais", afirmou.
Para Rabi, a inadimplência do consumidor deve subir nos próximos meses e chegar a algo entre 6,5% e 7% até o fim do ano. "Agora estamos chegando a 6% e devemos ter um crescimento de 0,1 pp a cada dois meses, mesmo ritmo registrado no fim do ano passado, que é considerado normal para o País", afirmou.
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