Fraude: A instituição vê escoar, por dia, cerca de R$ 200 milhões em resgates de CDBs e FIDCs
Aline Lima De São Paulo
17/11/2010
Aline Lima De São Paulo
17/11/2010
Em meio aos escândalos que envolvem o rombo de R$ 2,5 bilhões no PanAmericano, a nova direção do banco tem pela frente o desafio de restabelecer as captações. Desde quarta-feira da semana passada, quando o episódio veio à tona, a instituição tem visto escoar, por dia, cerca de R$ 200 milhões em resgates de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). "Minha maior preocupação não está na venda de empréstimos, mas na captação", afirma Celso Antunes da Costa, diretor executivo do PanAmericano que entrou no lugar de Rafael Palladino. "As concessões continuam rodando na mesma velocidade, contamos com o crescimento da carteira de crédito", conta ele. "Mas é preciso passar tranquilidade aos investidores, sobretudo às fundações [fundos de pensão]. Isso, no momento, é o que mais me incomoda."
A estratégia que está sendo adotada passa pela "tranquilização" dos funcionários que trabalham na área de captação, de forma que eles possam repassar "esse sentimento de confiança" para o investidor. "Temos de transmitir o fato de o banco estar capitalizado, que os recursos para os ajustes necessários estão garantidos", diz Costa. "São muitas notícias, algumas desencontradas e, nem sempre, bem interpretadas, que acabam por confundir em vez de informar", acrescenta. Em tempo: os funcionários foram formalmente comunicados sobre o empréstimo tomado pelo banco junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e a mudança da diretoria apenas na última sexta-feira.
O esforço para tentar retomar o equilíbrio das captações e atrair grandes investidores exclui a hipótese de oferta de CDBs a taxas mais atraentes, segundo Costa. Ele evita fazer comentários sobre o CDB emitido para o empresário mineiro Adalberto Salgado, com remuneração de 27% ao ano. "Não sei se é isso e, se soubesse, não poderia falar, pois envolve sigilo bancário", despista. As taxas praticadas pelo PanAmericano vão, de acordo com ele, seguir a média de mercado, de 102% do CDI, 103% ou 104%. "O mercado precisa absorver e entender o que aconteceu." Costa esclarece que o PanAmericano ainda tem em carteira 90% dos investidores institucionais do país. "Eles diminuíram suas posições, mas alguma coisa já está voltando, enquanto outros ainda pedem mais informações", afirma.
Embora o caixa esteja reforçado após a injeção de recursos feita pelo FGC e o PanAmericano tenha "saído dando dinheiro no mercado interbancário", nas palavras de Costa, o trabalho junto à equipe de captação é crucial para que a bicicleta continue a girar, no futuro. O controle diário do fluxo de caixa mostra que sai mais dinheiro do que entra. Mas Costa se mostra otimista. "Saiu menos dinheiro do que imaginávamos", minimiza o novo diretor.
O ritmo de concessões de financiamentos, por enquanto, está sendo mantido, segundo Costa. "Recebemos 170 mil pedidos de empréstimo todos os dias", diz ele. Daqui para frente, a ideia é explorar melhor a parceira com a Caixa Econômica Federal, que até o momento pouco participou dos negócios. A Caixa tem convênio com 20 mil empresas para a oferta de consignado e o PanAmericano quer explorar melhor esse universo. Da mesma forma, o banco do Silvio Santos quer aproveitar a carteira de clientes da instituição estatal para oferecer leasing, operação que a Caixa não pode fazer. Mas o produto no qual Costa enxerga maior potencial é cartão de crédito. Dos nove milhões de plásticos do PanAmericano, apenas 3 milhões estão ativos. "Estamos desenvolvendo uma campanha de estímulo, além estarmos negociando convênios com 35 supermercados."
A possíveis interessados em comprar o controle do PanAmericano, o rombo de R$ 2,5 bilhões encontrado não deve ser maior do que o montante já informado. "O Banco Central não ia fazer um trabalho pela metade", avalia Costa. As ações do banco chegaram a subir mais de 5 % com rumores de que o BMG estaria interessado na compra do PanAmericano. Em comunicado, o BMG nega.
A estratégia que está sendo adotada passa pela "tranquilização" dos funcionários que trabalham na área de captação, de forma que eles possam repassar "esse sentimento de confiança" para o investidor. "Temos de transmitir o fato de o banco estar capitalizado, que os recursos para os ajustes necessários estão garantidos", diz Costa. "São muitas notícias, algumas desencontradas e, nem sempre, bem interpretadas, que acabam por confundir em vez de informar", acrescenta. Em tempo: os funcionários foram formalmente comunicados sobre o empréstimo tomado pelo banco junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e a mudança da diretoria apenas na última sexta-feira.
O esforço para tentar retomar o equilíbrio das captações e atrair grandes investidores exclui a hipótese de oferta de CDBs a taxas mais atraentes, segundo Costa. Ele evita fazer comentários sobre o CDB emitido para o empresário mineiro Adalberto Salgado, com remuneração de 27% ao ano. "Não sei se é isso e, se soubesse, não poderia falar, pois envolve sigilo bancário", despista. As taxas praticadas pelo PanAmericano vão, de acordo com ele, seguir a média de mercado, de 102% do CDI, 103% ou 104%. "O mercado precisa absorver e entender o que aconteceu." Costa esclarece que o PanAmericano ainda tem em carteira 90% dos investidores institucionais do país. "Eles diminuíram suas posições, mas alguma coisa já está voltando, enquanto outros ainda pedem mais informações", afirma.
Embora o caixa esteja reforçado após a injeção de recursos feita pelo FGC e o PanAmericano tenha "saído dando dinheiro no mercado interbancário", nas palavras de Costa, o trabalho junto à equipe de captação é crucial para que a bicicleta continue a girar, no futuro. O controle diário do fluxo de caixa mostra que sai mais dinheiro do que entra. Mas Costa se mostra otimista. "Saiu menos dinheiro do que imaginávamos", minimiza o novo diretor.
O ritmo de concessões de financiamentos, por enquanto, está sendo mantido, segundo Costa. "Recebemos 170 mil pedidos de empréstimo todos os dias", diz ele. Daqui para frente, a ideia é explorar melhor a parceira com a Caixa Econômica Federal, que até o momento pouco participou dos negócios. A Caixa tem convênio com 20 mil empresas para a oferta de consignado e o PanAmericano quer explorar melhor esse universo. Da mesma forma, o banco do Silvio Santos quer aproveitar a carteira de clientes da instituição estatal para oferecer leasing, operação que a Caixa não pode fazer. Mas o produto no qual Costa enxerga maior potencial é cartão de crédito. Dos nove milhões de plásticos do PanAmericano, apenas 3 milhões estão ativos. "Estamos desenvolvendo uma campanha de estímulo, além estarmos negociando convênios com 35 supermercados."
A possíveis interessados em comprar o controle do PanAmericano, o rombo de R$ 2,5 bilhões encontrado não deve ser maior do que o montante já informado. "O Banco Central não ia fazer um trabalho pela metade", avalia Costa. As ações do banco chegaram a subir mais de 5 % com rumores de que o BMG estaria interessado na compra do PanAmericano. Em comunicado, o BMG nega.
Valor Econômico
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