Quantas vezes você sentiu que aquela empresa em que você está fazendo uma compra confia em você?
O que representa confiar no cliente?
A abordagem que pretendo fazer não diz respeito às grandes empresas que vendem um volume absurdo à crédito para milhares (e algumas, milhões) de clientes. Nem para os bancos e instituições financeiras que emprestam dinheiro, também para um grande volume de pessoas, e que precisam da “reposição” desse “estoque” para continuarem exercendo suas atividades, preferencialmente com lucro.
O que quero abordar é a perspectiva da pequena e micro empresa, que mantém um relacionamento (de verdade), estreito, com um número limitado de clientes. Pessoas que para esse empreendedor, muitas vezes, têm nome, sobrenome e apelido. Ou, no mínimo, um rosto muito bem identificado. Mesmo quando não tem nada disso, devido a menor quantidade de pessoas que entram em saem de sua empresa, tem como avaliar o perfil dos seus clientes pela simples (nem por isso menos eficiente) “técnica” da observação. Ou, o popular olhar “de cima a baixo”.
Deixe-me ilustrar com um caso real, que aconteceu comigo dias atrás.
Fui em uma dessas docerias maravilhosas que realizam festivais em temporadas de frutas, e vendem tortas, bolos, musses, doces, de enlouquecer o juizo. Não era minha primeira vez lá, mas um grande intervalo de tempo me separava da minha última visita ao estabelecimento. Queria apenas provar um dos lançamentos: um charlotte de mangaba irresistível. Mas na hora de pagar a conta... A maquininha do cartão de débito não funcionava de jeito nenhum. E, minha carteira estava lisa (vivo mal acostumado com os modernos meios de pagamento eletrônico). Impasse constrangedor. E agora?
Confesso que preparei-me para o pior. Teria eu que lavar as louças? Deixar meu smartphone empenhado como garantia? Ligar para algum familiar ou parente para que fosse até lá me socorrer? Quanta humilhação!
Mas não. Nada disso aconteceu. Simplesmente a funcionária anotou meu nome e o valor em um bloquinho e me disse:
- Na próxima vez que o senhor vier aqui, o senhor paga.
Assim mesmo, com todo esse respeito no “senhor” dobrado. De devedor a rei, em questão de segundos. Pelo menos, foi assim que eu me senti. Talvez alguns “espertinhos” que eu conheço tivessem tirado proveito dessa situação. Sei de uns que pensariam: “Me dei bem. Vou demorar muito tempo para voltar aqui, assim essa menina não lembrará mais de mim, ou, quem sabe, nem trabalhe mais aqui, e economizo essa grana”. É, tem gente assim.
Não é o meu caso. Primeiro, dívidas queimam na minha mão. Mesmo que sejam valores pequenos. Faço tudo para me “livrar” delas. Segundo, e mais importante: jamais trairia uma pessoa que confiou em mim, de forma tão espontânea e sincera. E, pensaria também que não voltar para honrar meu compromisso, poderia prejudicar aquela funcionária que na minha opinião agira de forma tão humana e correta. E por último, admiro as pessoas que correm riscos porque acreditam nos melhores valores dos seres humanos. Portanto, longe de mim pensar em tirar qualquer proveita da situação.
De fato, o que aconteceu foi o seguinte: retornei à noite, acompanhado de minha família. Não estava nos nossos planos “lanchar” fora, mas havia um motivo especial para isso. Consumimos quatro vezes mais do que o valor da minha sobremesa do almoço. Antes, é claro, perguntei para a menina que me antedera:
- A maquininha já está funcionado?
Ela sorriu. Sua empresa faturou. E todos ficamos felizes para sempre.
A abordagem que pretendo fazer não diz respeito às grandes empresas que vendem um volume absurdo à crédito para milhares (e algumas, milhões) de clientes. Nem para os bancos e instituições financeiras que emprestam dinheiro, também para um grande volume de pessoas, e que precisam da “reposição” desse “estoque” para continuarem exercendo suas atividades, preferencialmente com lucro.
O que quero abordar é a perspectiva da pequena e micro empresa, que mantém um relacionamento (de verdade), estreito, com um número limitado de clientes. Pessoas que para esse empreendedor, muitas vezes, têm nome, sobrenome e apelido. Ou, no mínimo, um rosto muito bem identificado. Mesmo quando não tem nada disso, devido a menor quantidade de pessoas que entram em saem de sua empresa, tem como avaliar o perfil dos seus clientes pela simples (nem por isso menos eficiente) “técnica” da observação. Ou, o popular olhar “de cima a baixo”.
Deixe-me ilustrar com um caso real, que aconteceu comigo dias atrás.
Fui em uma dessas docerias maravilhosas que realizam festivais em temporadas de frutas, e vendem tortas, bolos, musses, doces, de enlouquecer o juizo. Não era minha primeira vez lá, mas um grande intervalo de tempo me separava da minha última visita ao estabelecimento. Queria apenas provar um dos lançamentos: um charlotte de mangaba irresistível. Mas na hora de pagar a conta... A maquininha do cartão de débito não funcionava de jeito nenhum. E, minha carteira estava lisa (vivo mal acostumado com os modernos meios de pagamento eletrônico). Impasse constrangedor. E agora?
Confesso que preparei-me para o pior. Teria eu que lavar as louças? Deixar meu smartphone empenhado como garantia? Ligar para algum familiar ou parente para que fosse até lá me socorrer? Quanta humilhação!
Mas não. Nada disso aconteceu. Simplesmente a funcionária anotou meu nome e o valor em um bloquinho e me disse:
- Na próxima vez que o senhor vier aqui, o senhor paga.
Assim mesmo, com todo esse respeito no “senhor” dobrado. De devedor a rei, em questão de segundos. Pelo menos, foi assim que eu me senti. Talvez alguns “espertinhos” que eu conheço tivessem tirado proveito dessa situação. Sei de uns que pensariam: “Me dei bem. Vou demorar muito tempo para voltar aqui, assim essa menina não lembrará mais de mim, ou, quem sabe, nem trabalhe mais aqui, e economizo essa grana”. É, tem gente assim.
Não é o meu caso. Primeiro, dívidas queimam na minha mão. Mesmo que sejam valores pequenos. Faço tudo para me “livrar” delas. Segundo, e mais importante: jamais trairia uma pessoa que confiou em mim, de forma tão espontânea e sincera. E, pensaria também que não voltar para honrar meu compromisso, poderia prejudicar aquela funcionária que na minha opinião agira de forma tão humana e correta. E por último, admiro as pessoas que correm riscos porque acreditam nos melhores valores dos seres humanos. Portanto, longe de mim pensar em tirar qualquer proveita da situação.
De fato, o que aconteceu foi o seguinte: retornei à noite, acompanhado de minha família. Não estava nos nossos planos “lanchar” fora, mas havia um motivo especial para isso. Consumimos quatro vezes mais do que o valor da minha sobremesa do almoço. Antes, é claro, perguntei para a menina que me antedera:
- A maquininha já está funcionado?
Ela sorriu. Sua empresa faturou. E todos ficamos felizes para sempre.
10 de junho de 2010
Portal Mercado Aberto
Carlos Von Sohsten: Administrador, Casado, natural de São Paulo/SP, 37 anos, residente e domiciliado em Natal/RN.
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