Empréstimos: Segmento é destaque nos balanços dos três maiores bancos privados
04/08/2010
04/08/2010
As pequenas e médias empresas se tornaram clientes preferenciais dos grandes bancos de varejo. Nos balanços do segundo trimestre apresentados até agora, o segmento desponta como motor das concessões de crédito entre as principais instituições financeiras privadas. A tendência permanece firme e forte para os próximos meses. Se, por um lado, alguns indicadores econômicos dão sinais de arrefecimento do ritmo de endividamento das famílias, o foco nos clientes pessoas jurídicas de menor porte vem ganhando um reforço natural, ao mesmo tempo em que grandes companhias se voltam para o mercado de capitais.
Os resultados anunciados pelo Bradesco, que na semana passada inaugurou a nova safra de balanços dos bancos, refletem com nitidez essa nova direção tomada pelo mercado. O saldo dos empréstimos para micro, pequenas e médias empresas alcançou, em junho, R$ 72,3 bilhões, crescimento de 21,4% nos últimos 12 meses e de 6,7% entre o primeiro e segundo trimestres. Foi o melhor desempenho entre todos os segmentos e, portanto, fundamental para a evolução do estoque total, que exibiu expansão de 15,0% entre junho de 2009 e junho de 2010. Micro, pequenas e médias empresas respondem, no Bradesco, por uma fatia de 30% do estoque de crédito. O crédito para pessoa física, que vinha puxando o desempenho antes, teve avanço mais tímido: cresceu 4,2% do primeiro para o segundo trimestres e 20,5% em 12 meses.
No Itaú Unibanco, que divulgou seus resultados ontem, a história se repete. Os empréstimos a pessoas físicas avançaram 2,9% no trimestre e 12,8% em 12 meses. Já o crescimento das concessões para pequenas e médias empresas só perde para o segmento imobiliário. Há, no entanto, uma diferença de escala que precisa ser levada em consideração. O crédito imobiliário representa apenas 3,5% do saldo da carteira do banco, enquanto a representatividade das pequenas e médias empresas chega a 23,2%. Aumentos percentuais são bem mais fáceis de serem atingidos tendo por referência bases pequenas, como se sabe, do que sobre grandes volumes. Foi observado um incremento dos financiamentos para corporações com faturamento anual até R$ 150 milhões (corte utilizado pelo Itaú Unibanco) de 6,7% entre março e junho e de 26,3% em 12 meses, atingindo R$ 68,6 bilhões. Para efeito de comparação, o estoque de crédito imobiliário é de R$ 10,5 bilhões - crescimento de 47,7% entre o segundo trimestre de 2009 e igual período de 2010.
Para fazer jus à demanda crescente, o Itaú Unibanco contratou ao longo do primeiro semestre 4,2 mil funcionários, basicamente para atender à área de micro, pequenas e médias empresas. "A rentabilidade do segmento, que apresenta spreads maiores, é também outro importante atrativo", afirma Rogério Calderon, diretor de controladoria do Itaú Unibanco.
Outro banco que vem reforçando sua equipe de atendimento a esse público é o Santander Brasil. Hoje, a divisão de pequenas e médias empresas conta com uma equipe de cerca de 3 mil pessoas e estão sendo contratados mais 500 gerentes. A área passa por reestruturação desde março, que contempla tanto a reformulação de processos como o aumento da força de vendas.
Dentre os bancos privados, o Santander seja talvez o que mais tenha se beneficiado do crescimento das concessões de crédito para pequenas e médias empresas. A expansão de 4,7% entre o primeiro e o segundo trimestres, para R$ 32,26 bilhões, trouxe alívio depois do desempenho negativo observado em março, quando houve queda de 2% na comparação com o quarto trimestre de 2009 e de 7% no período de 12 meses. A carteira total do Santander encerrou junho em R$ 146,53 bilhões, ampliação de 4,7% do fim de março até junho.
As carteiras de crédito dos bancos não só evoluíram em tamanho como também mostraram melhora de qualidade. No Bradesco, por exemplo, o índice de inadimplência das micro, pequenas e médias empresas para atrasos superiores a 90 dias foi o que apresentou maior redução entre março e junho (0,6 pontos percentuais), passando de 4,4% para 3,8% - a inadimplência total foi reduzida, no mesmo período, de 4,4% para 4%. Para o presidente da instituição, Luiz Carlos Trabuco Cappi, esse patamar deve permanecer inalterado até o final do ano. No Santander, o índice de inadimplência (incluindo grandes empresas) caiu de 5,3% para 5,1%. No Itaú Unibanco a queda foi mais modesta, de 3,3% em março para 3,2% em junho.
Com menos inadimplência, foram reduzidas as provisões dos bancos para devedores duvidosos. No Bradesco, se comparado o primeiro semestre de 2010 e o mesmo período do ano anterior, essas despesas caíram 26%. No Itaú Unibanco, a redução alcançou 16,1% e, no Santander, o recuo foi de 3%. A combinação de todos esses fatores ajudou a impulsionar o lucro líquido dos bancos privados. A exceção foi o Itaú Unibanco que, por causa de provisões para contingências, teve o lucro líquido reduzido em 2,1% entre março e junho.
Os resultados anunciados pelo Bradesco, que na semana passada inaugurou a nova safra de balanços dos bancos, refletem com nitidez essa nova direção tomada pelo mercado. O saldo dos empréstimos para micro, pequenas e médias empresas alcançou, em junho, R$ 72,3 bilhões, crescimento de 21,4% nos últimos 12 meses e de 6,7% entre o primeiro e segundo trimestres. Foi o melhor desempenho entre todos os segmentos e, portanto, fundamental para a evolução do estoque total, que exibiu expansão de 15,0% entre junho de 2009 e junho de 2010. Micro, pequenas e médias empresas respondem, no Bradesco, por uma fatia de 30% do estoque de crédito. O crédito para pessoa física, que vinha puxando o desempenho antes, teve avanço mais tímido: cresceu 4,2% do primeiro para o segundo trimestres e 20,5% em 12 meses.
No Itaú Unibanco, que divulgou seus resultados ontem, a história se repete. Os empréstimos a pessoas físicas avançaram 2,9% no trimestre e 12,8% em 12 meses. Já o crescimento das concessões para pequenas e médias empresas só perde para o segmento imobiliário. Há, no entanto, uma diferença de escala que precisa ser levada em consideração. O crédito imobiliário representa apenas 3,5% do saldo da carteira do banco, enquanto a representatividade das pequenas e médias empresas chega a 23,2%. Aumentos percentuais são bem mais fáceis de serem atingidos tendo por referência bases pequenas, como se sabe, do que sobre grandes volumes. Foi observado um incremento dos financiamentos para corporações com faturamento anual até R$ 150 milhões (corte utilizado pelo Itaú Unibanco) de 6,7% entre março e junho e de 26,3% em 12 meses, atingindo R$ 68,6 bilhões. Para efeito de comparação, o estoque de crédito imobiliário é de R$ 10,5 bilhões - crescimento de 47,7% entre o segundo trimestre de 2009 e igual período de 2010.
Para fazer jus à demanda crescente, o Itaú Unibanco contratou ao longo do primeiro semestre 4,2 mil funcionários, basicamente para atender à área de micro, pequenas e médias empresas. "A rentabilidade do segmento, que apresenta spreads maiores, é também outro importante atrativo", afirma Rogério Calderon, diretor de controladoria do Itaú Unibanco.
Outro banco que vem reforçando sua equipe de atendimento a esse público é o Santander Brasil. Hoje, a divisão de pequenas e médias empresas conta com uma equipe de cerca de 3 mil pessoas e estão sendo contratados mais 500 gerentes. A área passa por reestruturação desde março, que contempla tanto a reformulação de processos como o aumento da força de vendas.
Dentre os bancos privados, o Santander seja talvez o que mais tenha se beneficiado do crescimento das concessões de crédito para pequenas e médias empresas. A expansão de 4,7% entre o primeiro e o segundo trimestres, para R$ 32,26 bilhões, trouxe alívio depois do desempenho negativo observado em março, quando houve queda de 2% na comparação com o quarto trimestre de 2009 e de 7% no período de 12 meses. A carteira total do Santander encerrou junho em R$ 146,53 bilhões, ampliação de 4,7% do fim de março até junho.
As carteiras de crédito dos bancos não só evoluíram em tamanho como também mostraram melhora de qualidade. No Bradesco, por exemplo, o índice de inadimplência das micro, pequenas e médias empresas para atrasos superiores a 90 dias foi o que apresentou maior redução entre março e junho (0,6 pontos percentuais), passando de 4,4% para 3,8% - a inadimplência total foi reduzida, no mesmo período, de 4,4% para 4%. Para o presidente da instituição, Luiz Carlos Trabuco Cappi, esse patamar deve permanecer inalterado até o final do ano. No Santander, o índice de inadimplência (incluindo grandes empresas) caiu de 5,3% para 5,1%. No Itaú Unibanco a queda foi mais modesta, de 3,3% em março para 3,2% em junho.
Com menos inadimplência, foram reduzidas as provisões dos bancos para devedores duvidosos. No Bradesco, se comparado o primeiro semestre de 2010 e o mesmo período do ano anterior, essas despesas caíram 26%. No Itaú Unibanco, a redução alcançou 16,1% e, no Santander, o recuo foi de 3%. A combinação de todos esses fatores ajudou a impulsionar o lucro líquido dos bancos privados. A exceção foi o Itaú Unibanco que, por causa de provisões para contingências, teve o lucro líquido reduzido em 2,1% entre março e junho.
Valor Econômico
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