Mauro Calil
Nas últimas semanas, presenciamos duas importantes iniciativas relacionadas à educação financeira. A primeira, que envolve um conjunto de órgãos reguladores do sistema financeiro e o governo, visa levar conhecimento para escolas públicas de nível médio. A segunda, uma ampla campanha para popularizar os investimentos em bolsa de valores realizada pela BM&FBovespa, busca elevar a quantidade de investidores pessoa física na bolsa paulista de cerca de 550 mil para 5 milhões no prazo de quatro anos.
As duas notícias devem ser avaliadas como um amadurecimento do nosso mercado. Incentivar e ensinar os alunos do ensino fundamental a importância da educação financeira é o primeiro passo para formarmos, não só investidores, mas também consumidores e tomadores de crédito mais conscientes no futuro. Educar é o ponto de partida para termos uma população mais consciente e responsável financeiramente. O projeto piloto começou no último dia 09, em 450 escolas do governo nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Distrito Federal, Ceará e Minas Gerais.
Já o programa da BM&F Bovespa foca, principalmente, a disseminação da bolsa de valores como forma de investir. A maioria das pessoas não investe em ações por falta de conhecimento. Além disso, o tema escolhido "Quer ser sócio" traduz de forma simples o que significa comprar a ação de uma empresa e também transmite a idéia de longo prazo, conceito que precisa ser disseminado para toda a população brasileira.
Educar financeiramente significa contribuir para uma vida financeira saudável e produtiva. Na família ou no círculo de amizades, é comum vermos pessoas que já tiveram muito e perderam dinheiro, mesmo sem terem feito grandes apostas. Do mesmo modo, vemos pessoas que sempre tiveram uma vida apertada, levada na ponta do lápis e, ainda assim, após 30, 40 anos de árduo trabalho, sofrem angústias em seu orçamento doméstico.
O mais importante quando falamos de educação financeira é preparar as gerações para escolher, de forma consciente e segura, entre as várias alternativas de investimentos e/ou financiamentos. É preciso saber avaliar o que é bom ou ruim de acordo com os nossos objetivos, de curto, médio e longo prazos. Precisamos contribuir para aumentar o senso crítico da população brasileira, para que cada um possa avaliar e buscar as melhores alternativas.
Devemos deixar para trás nossa memória inflacionária, que remete aos investimentos tradicionais e à necessidade de consumir rápido para garantir o poder de compra do dinheiro. Hoje, temos estabilidade e, para enriquecer, é preciso refinar a educação financeira, deixar de consumir o desnecessário para investir bem dentro de um planejamento financeiro pessoal, familiar e de vida, sabendo escolher entre as inúmeras alternativas no mercado. É simples. É só educar-se!
Mauro Calil é professor e educador financeiro, fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil&Calil
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