Notícia enviada por Douglas Meira
(dmeira@brsa.com.br)
27/07/2010 às 11:07
* por Roberto Dariva
(dmeira@brsa.com.br)
27/07/2010 às 11:07
* por Roberto Dariva
O que me motiva a escrever alguns artigos é a euforia desenfreada das pessoas quando alguma coisa recebe um destaque acima da média. E sempre há um tema da moda para as revistas de tecnologia usarem em suas capas para venderem seus exemplares. Foi assim com mobile payment, com SOA e, recentemente, com cloud computing. Mas agora não se fala de outra coisa que não sejam as mídias sociais. As mídias sociais são uma continuidade da revolução nos meios eletrônicos de comunicação, que começou quando a internet foi democratizada. Hoje, esses meios dão poder aos usuários para trocarem informações, manifestarem suas opiniões e interagirem freneticamente ou moderadamente, dependendo de seu perfil. Isto tudo é muito bom, mas quando as mídias sociais deixam de ser um aliado e podem gerar resultados não desejados? Quando as conseqüências não são mensuradas.Vejamos alguns exemplos:Há muito tempo eu tinha uma conta no Orkut que criei para conhecer o serviço. Logo encontrei alguns amigos com quem tinha perdido contato e até fiquei entusiasmado, mas num certo dia acessei minha conta no Orkut e um amigo havia deixado uma mensagem expondo algumas informações pessoais minhas. Na mesma hora, decidi apagar minha conta do Orkut e abandonei o serviço. Não era nada grave, falava da minha moto apenas. Mas aquilo me fez pensar que qualquer pessoa com acesso à web poderia obter informações sobre mim, e preferi preservar minha privacidade. Eu uso muito o Google Maps, serviço fantástico e gratuito para ajudar a traçar rotas e conhecer detalhes do mapa de alguma região. E quando foi lançado o Google Latitude, um serviço que permite traçar toda a sua movimentação enquanto estiver rodando com seu smartphone, eu também instalei para testar. Adicionei poucos conhecidos. Certo dia, estava em reunião no Rio de Janeiro e recebi uma mensagem de um colega me questionando se eu estava gostando da piscina onde estava. Isto porque quando o GPS não funciona, a opção é buscar a localização do usuário através da triangulação de antenas das operadoras móveis, o que pode gerar uma variação de centenas de metros em relação à localização real exata. Eu, de terno e gravata, passando calor e aguardando pelo começo da reunião, decidi desinstalar o serviço porque achei que as pessoas poderiam ter conclusões equivocadas.Também criei uma conta no Twitter e, assim como o Orkut, gostei do serviço e passei a utilizá-lo. Já comecei a utilizá-lo permitindo que apenas pessoas autorizadas pudessem ver minhas mensagens, e uma das pessoas que escolhi para “seguir” (termo usado para acompanhar as mensagens de alguém) passou a usar também um serviço chamado Foursquare, que permite enviar coordenadas da sua localização, dentre outras coisas. O que me chamou a atenção foi que comecei a ler várias mensagens que informavam exatamente a localização dessa pessoa. “Estou em casa na rua X”, “Estou na empresa no endereço Y”, etc. Esse tipo de serviço está sendo muito usado por todos, mas principalmente pelos jovens. Que bela oportunidade para que ladrões, sequestradores e todo tipo de marginal planejem e executem uma ação. Em algumas situações, as pessoas expõem tudo e até marcam encontros descrevendo o lugar, o horário e a roupa que estarão vestindo.Outra situação acontece com os malfeitores que aplicam o golpe do telefone para cobrar um suposto sequestro. Eles ligam para uma pessoa e dizem ter um familiar em seu poder, antes de cobrarem um pagamento pelo suposto resgate. Na maioria das vezes, consegue-se evitar o golpe ligando para a pessoa supostamente sequestrada. Mas e se o usuário postar no Twitter que ficará com o celular desligado por duas horas porque acaba de entrar no cinema? Fica mais fácil ligar para a família, cujo telefone talvez esteja em seu blog ou ainda num dos posts do Twitter. É preciso prestar atenção e mensurar as consequências desse tipo de exposição. Já do ponto de vista corporativo, existe o risco de as pessoas passarem a divulgar informações confidenciais pelos softwares de mídias sociais. Muitos internautas buscam status a partir da obtenção do maior número de seguidores no Twitter, leitores de seus blogs ou páginas sociais, e algumas vezes não medem as consequências e publicam informações corporativas estratégicas, gerando problemas para suas empresas. Outras vezes a exposição impede as pessoas de separarem suas vidas pessoais das profissionais, e um simples comentário sobre futebol pode gerar uma situação constrangedora sem precedentes e até culminar na demissão de um colaborador.E se as mídias sociais fossem usadas de forma desleal? E se uma empresa criasse milhares de usuários falsos para elogiar seus produtos ou serviços, e você comprasse algo muito ruim com base em falsos depoimentos? E se falsas pessoas iniciarem um relacionamento com seu filho ou filha para explorarem sua ingenuidade?O objetivo desse artigo é provocar a reflexão. Posso parecer neurótico com a questão da privacidade, mas é importante conhecer e imaginar o efeito colateral de tanta socialização. Conhecendo e refletindo, procure extrair o máximo das redes sociais para sua vida e sua empresa e, claro, evite confusões.*
Roberto Dariva é Diretor Executivo da Navita, especializada em soluções para Portais/Intranets e smartphones BlackBerry
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