São Paulo - As contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram uma queda no superávit primário em maio, ao atingir R$ 4,118 bilhões, contra o saldo de R$ 5,550 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro. O superávit primário é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública.
No mês, o Tesouro teve superávit de R$ 6,564 bilhões, mas o resultado da Previdência Social e do Banco Central, ao registrarem déficits de R$ 2,419 bilhões e R$ 26,6 milhões, respectivamente, piorou as contas do governo central em maio.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, destacou que o superávit primário de maio apresenta, tradicionalmente, resultados baixos ou negativos. No ano passado, por exemplo, o governo central registrou no mês déficit primário de R$ 505 milhões.
Para o professor da Escola de Negócios e Direito da Anhembi Morumbi, Marcello Gonella, o saldo de maio mostra que o governo não está contingenciando seus gastos. "Como é possível prever corte de gastos de R$ 50 bilhões e criar, ao mesmo tempo, a segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida", questiona. Na opinião do especialista, 2011 não vai ser diferente dos anos passados em que haverá uma "política fiscal frouxa". "Se depender da política fiscal, não vai se possível alcançar um equilíbrio econômico [sem inflação], de modo a ainda ser necessário uma política monetária mais austera", entende.
Já o secretário do Tesouro comemorou o fato de que no acumulado do ano, até maio, o superávit primário do governo central, ao alcançar R$ 45,452 bilhões, equivalente a 2,83% do Produto Interno Bruto (PIB), já ultrapassa a metade da meta para todo o ano, de R$ 81 bilhões. "Achamos que é a consolidação de uma previsão fiscal bastante favorável em 2011", acrescentou. Em igual período do ano passado, a economia do governo central foi de R$ 24,228 bilhões, ou 1,69% do PIB.
Segundo Augustin, o desempenho nos cinco primeiros meses de 2011 foi o segundo melhor da série histórica, só perdendo para o resultado de 2008, quando o superávit primário do governo central chegou a R$ 53 bilhões no acumulado até maio.
Por outro lado, as despesas do governo central cresceram 9,1% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010. Isto pode ser explicado pelo freio nos investimentos totais do governo. Até maio deste ano, foram pagos R$ 16,9 bilhões em investimentos, com avanço de apenas 1% em relação aos cinco primeiros meses de 2010.
Augustin disse que o ritmo de expansão dos investimentos deve se acelerar no segundo semestre, "mesmo porque a base de comparação será inferior".
http://www.dci.com.br/Especialistas-alertam-para-afrouxamento-no-superavit-primario-6-379293.html
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