Revista Você s/a nº153, 01/03/2011,
Por Eugênio Mussak
Uma fagulha de 140 caracteres pode iniciar um incêndio?
Um dos acontecimentos mais extraordinários dos últimos tempos foi a derrubada do ditador Hosni Mubarak, que há 30 anos mandava e desmandava no Egito, levando em conta seus próprios interesses, e de seus aliados, mais do que o do povo que ele governava.
A principal característica dessa mudança radical no comando daquele país é o fato que se tratou de uma revolução sem líderes. Foi algo que surgiu do povo, da massa descontente que, para surpresa de muitos, demonstrou uma incrível capacidade de reação e de organização nunca antes vista, especialmente em um país árabe. Uma revolta sem líderes. Mas… será isso possível?
Se isso é verdade – e parece que é -, esse fato desmonta todas as teorias que dizem que as massas só podem ser mobilizadas a partir de um representante de suas angústias e de seus sonhos. É o que os livros comprovam, pois não se conta a história do mundo sem se referir aos movimentos de mudança, e não é possível falar deles sem se referir àqueles que as promoveram. Esses seriam os líderes. Mesmo a Revolução Francesa, considerada uma reação popular, teve os seus. Como será, então, contada essa parte da história do Egito para as futuras gerações? O que dirão os livros sem Robespiérres e Dantons a quem se referir?
Trata-se de uma nova realidade com a qual a humanidade terá de lidar de agora em diante nos governos, nas empresas e nas organizações de todos os tipos. A possibilidade de uma liderança coletiva inconsciente, capaz de se organizar a partir das novas ferramentas disponíveis – as redes sociais. Um grupo de pessoas não precisa mais de uma voz grandiloqüente para lhe representar, Basta uma fagulha de 140 caracteres para iniciar um incêndio de descontentamento, reação e mudança.
Liderar deixou de ser conduzir pessoas em direção a um destino comum. Liderar passou a ser pertencer visceralmente a um grupo de pessoas e, com elas, atingir um objetivo com o qual todos concordam. O líder é parte do grupo, não seu dono. Aquele que ainda pensa que é já está na mira do Twitter. É apenas uma questão de tempo.
Texto publicado sob licença da revista Você s/a, Editora Abril.Todos os direitos reservados.Visite o site da revista: http://www.vocesa.com.br/
Uma fagulha de 140 caracteres pode iniciar um incêndio?
Um dos acontecimentos mais extraordinários dos últimos tempos foi a derrubada do ditador Hosni Mubarak, que há 30 anos mandava e desmandava no Egito, levando em conta seus próprios interesses, e de seus aliados, mais do que o do povo que ele governava.
A principal característica dessa mudança radical no comando daquele país é o fato que se tratou de uma revolução sem líderes. Foi algo que surgiu do povo, da massa descontente que, para surpresa de muitos, demonstrou uma incrível capacidade de reação e de organização nunca antes vista, especialmente em um país árabe. Uma revolta sem líderes. Mas… será isso possível?
Se isso é verdade – e parece que é -, esse fato desmonta todas as teorias que dizem que as massas só podem ser mobilizadas a partir de um representante de suas angústias e de seus sonhos. É o que os livros comprovam, pois não se conta a história do mundo sem se referir aos movimentos de mudança, e não é possível falar deles sem se referir àqueles que as promoveram. Esses seriam os líderes. Mesmo a Revolução Francesa, considerada uma reação popular, teve os seus. Como será, então, contada essa parte da história do Egito para as futuras gerações? O que dirão os livros sem Robespiérres e Dantons a quem se referir?
Trata-se de uma nova realidade com a qual a humanidade terá de lidar de agora em diante nos governos, nas empresas e nas organizações de todos os tipos. A possibilidade de uma liderança coletiva inconsciente, capaz de se organizar a partir das novas ferramentas disponíveis – as redes sociais. Um grupo de pessoas não precisa mais de uma voz grandiloqüente para lhe representar, Basta uma fagulha de 140 caracteres para iniciar um incêndio de descontentamento, reação e mudança.
Liderar deixou de ser conduzir pessoas em direção a um destino comum. Liderar passou a ser pertencer visceralmente a um grupo de pessoas e, com elas, atingir um objetivo com o qual todos concordam. O líder é parte do grupo, não seu dono. Aquele que ainda pensa que é já está na mira do Twitter. É apenas uma questão de tempo.
Texto publicado sob licença da revista Você s/a, Editora Abril.Todos os direitos reservados.Visite o site da revista: http://www.vocesa.com.br/
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