A rentabilidade bancária tem sido tema de estudo em diversos países. No
Brasil, as pesquisas têm se concentrado no estudo do spread bancário,
geralmente avaliando variáveis econômicas como direcionadores. Este trabalho tem
por fim analisar os determinantes da rentabilidade bancária no Brasil, medida
pelos retornos sobre os ativos (ROA) e sobre o patrimônio líquido (ROE), tendo
como variáveis explicativas fatores econômicos, contábeis e operacionais da
atividade bancária. Com uma amostra dos 50 maiores bancos e considerando os
dados das demonstrações semestrais encerradas entre dezembro de 2000 e dezembro
de 2009, são testadas nove hipóteses de pesquisa. Os resultados, estimados com
dados em painel com base no método GMM, demonstram que a explicação para a
rentabilidade dos bancos não é inteiramente contemporânea, pois apresenta
comportamento inercial (relação com a própria variável defasada), além de
relação estatisticamente relevante e positiva com a taxa básica de juros da
economia, com o nível de atividade econômica, com o nível da carga tributária,
com a eficiência operacional da instituição e com a participação relativa dos
bancos nacionais, conforme esperado. Apurou-se, ainda, relação negativa com a
variação cambial, o que contraria as previsões iniciais. Para o nível de
inflação, as relações apuradas apresentaram sinais distintos, dependendo do
modelo aplicado. Não foram encontradas relações relevantes com o nível de
depósitos compulsórios e de encaixe obrigatório, nem com a participação de
instituições bancárias estatais ou privadas. Os resultados apurados com a
utilização do ROE ou do ROA como proxies de rentabilidade são praticamente
equivalentes, o que se constitui num elemento de robustez dos resultados.
Autores:
Uverlan Rodrigues Primo,
José Alves Dantas,
Otávio Ribeiro Medeiros,
Lúcio
Rodrigues Capelletto
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