Existem diversas armadilhas espalhadas por nossas jornadas na busca por uma vida financeira mais saudável, equilibrada e feliz. Essa é a má notícia. A boa notícia é que a grande maioria delas reside não em nossos empregadores nem no governo ou em qualquer outra entidade, mas em nós mesmos, por meio das decisões que tomamos nas grandes e nas pequenas escolhas.
Já que somos responsáveis por fazermos nossas escolhas, mudar a própria situação financeira depende, quase que exclusivamente, apenas de cada um.
A primeira – e maior – armadilha a que estamos expostos é a de responsabilizarmos os outros por nossa situação, não nos colocando como os principais atores da peça de nossa vida financeira. Como vimos no parágrafo anterior, isto não é verdade e precisamos combater o sintoma mais importante que esta situação coloca:
Armadilha 1 – Procrastinação
Procrastinar significa, em bom português, “empurrar com a barriga”. É o famoso ditado: “deixa do jeito que está pra ver como é que fica”. Isto traz um enorme problema, porque nos imobiliza e nos mantém presos à situação atual.
Um gênio da humanidade – Albert Einstein – disse uma vez: “Fazer, todos os dias, as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade”
Somos então, loucos? Por esta regra, a maioria de nós é sim. Porque, se não estamos contentes com o rumo de nossas vidas financeiras, precisamos fazer coisas diferentes das que fizemos até então.
Solução 1: Precisamos planejar!
E a partir de agora!
Se superarmos esta primeira grande armadilha da postergação, as próximas serão mais fáceis, dado que teremos a convicção de que cuidados devem ser tomados.
Em nosso dia a dia, cada vez mais atribulado, no qual temos que decorar números de contas-correntes e senhas das mais diversas, entre outras mil e uma coisas, nos é muito difícil guardar também, com razoável precisão, quanto ganhamos e quanto (e como) gastamos nossos recursos.
Armadilha 2 – Achar que tem a vida financeira na cabeça
Assim, é fundamental anotarmos as entradas e saídas de nosso dinheiro, com detalhes.
Solução 2: Orçamento familiar!
Isso pode ser feito em um caderno, em uma planilha de excel (mais comum) ou mesmo em software específico para isso. O importante é que seja feito!
Vamos abordar agora o terceiro grande ponto:
Armadilha 3 – Autópsia Orçamentária
Isso ocorre quando o orçamento é feito apenas após as despesas terem ocorrido, porque se este for o caso, não haverá mais conserto.
Solução 3 – Orçamento planejado e realizado
Um bom orçamento é feito com uma coluna para as estimativas de despesas, que controlarão os valores que podem ser dispendidos e outra coluna para as despesas efetivamente realizadas (um conjunto de colunas por mês). Assim, você sabe quanto ainda pode gastar em cada categoria de despesas (festas, roupas etc.) e pode decidir se vai ou não fazer a despesa, de forma a manter seu orçamento como planejado.
Se seguirmos estes passos, nossa vida financeira tenderá a entrar nos eixos, mas há algo que sempre lutará contra este tipo de planejamento e este é o próximo ponto:
Armadilha 4 – Disciplina
Manter a disciplina e seguir o planejamento orçamentário é difícil. Mais difícil ainda conforme os prazos ficam mais longos. Para amenizar este problema há um excelente remédio:
Solução 4 – Tenha Objetivos!
O objetivo é um sonho para o qual você dá dois atributos: Preço e prazo. Um sonho é querer conhecer Paris. Um objetivo é uma viagem de R$10 mil para Paris daqui a 3 anos. Quando fazemos isso, podemos calcular quanto precisamos guardar por mês para atingir nosso objetivo (no caso, pouco mais de R$250) e, a partir daí, cada vez que estivermos diante de uma decisão de consumo ou de poupança, sabemos o que ganharemos caso optemos pela poupança. Ninguém suspira por ter um saldo grande no banco, mas sim por aquilo que o saldo pode proporcionar.
Como última grande armadilha, que pode não nos permitir atingir nossos objetivos, temos uma prática tipicamente brasileira:
Armadilha 5 – Parcelamento
O segredo para driblá-la não é complexo, mas vai contra nossa cultura.
Solução 5 – Viver à Vista
Se fizermos isso ao invés de nos abarrotarmos de parcelas das mais variadas coisas, mesmo sem juros, teremos um controle muito maior sobre nosso destino financeiro e nossas chances de alcançarmos nossos objetivos serão majoradas em grande medida.
Quando compramos alguma coisa parcelada, mesmo sem juros, o que pode indicar um bom negócio do ponto de vista matemático, nosso cérebro só registra em nossas “contas mentais” a primeira parcela. As demais esquecemos com grande facilidade, mas todos os meses elas estarão lá para corroer os recursos que ganhamos de forma tão dedicada.
Esse potencial prejuízo não compensa os ganhos irrisórios que podemos calcular e nos força a comprarmos apenas aquilo que podemos pagar hoje, aumentando nossa tranquilidade, inclusive, com relação a eventuais imprevistos pelo caminho.
Assim, desviando pouco a pouco das armadilhas que nós mesmos nos colocamos, embora induzidos por nosso estilo de vida atual, poderemos ter, enfim, um relacionamento mais harmonioso com os aspectos financeiros de nossa vida. Afinal de contas, os aspectos financeiros fazem parte da vida de todos nós, de forma que é melhor que este aspecto seja uma fonte de prazeres e realizações e não de torturas e dores de cabeça. A escolha é somente nossa.
Boas escolhas!
Angelo Pavini
Fonte:Yahoo
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