
Teoria das Restrições e o método socrático em ação
Caro leitor, venho compartilhar com você um turbilhão de ideias que tive após ler “ A Meta - Um processo de melhoria contínua “, escrito por Eliyahu M. Goldratt e Jeff Cox , 2°edição – Editora Nobel. O livro aborda a Teoria das Restrições, teoria esta que cita situações, paradigmas, políticas organizacionais, falta de planejamento, desmotivação da equipe e resistência à mudanças como verdadeiros gargalos em qualquer ciclo produtivo, comprometendo o resultado como um todo. Apesar de a história se passar numa fábrica, o tema não engloba somente operações ou a produção em si, mas também, qualquer área das organizações que tenham um processo que dependa de recursos materiais e de pessoas para ser realizado.
Alex, gerente da fábrica, passa a maior parte da história tentando entender a razão pela qual sua organização não consegue atingir bons resultados, pois a cada dia o número de pedidos atrasados aumentam , o custo operacional sobe, seu pessoal fica cada vez mais desmotivado e consequentemente os resultados vão ladeira à baixo. Além disso, sofre constantes ameaças da alta direção, que o ameaça dizendo que a qualquer momento encerrará as operações na unidade, e de sua esposa, que não aguenta mais ser deixada de lado por conta da dedicação total à fábrica.
Após algumas reuniões com as equipes e não conseguir chegar à conclusão do que realmente causa o problema, Alex resolve procurar Jonah, um professor de física que atua como consultor no mundo dos negócios. No primeiro encontro, Alex fala sobre todos os seus problemas, e Jonah basicamente diz: Alex, qual a meta de sua fábrica?
Pergunta aparentemente simples, você não acha, caro leitor? Porém, ao responder essa pergunta é preciso ter muito cuidado, pois respostas como: Ganhar dinheiro, atender bem o cliente e conquistar espaço no mercado podem estar totalmente certas ou completamente erradas. Nesta etapa, Jonah chama a atenção de Alex dizendo que nada poderá fazer enquanto a política da empresa for conflitante com a meta. A próxima sugestão de Jonah, foi que Alex verificasse as flutuações estatísticas e a sequência dos processos de sua produção. De primeiro momento, Alex não conseguiu enxergar tal fato. Porém, numa caminhada que fez com seu filho em uma mata com um grupo de garotos andando em fila indiana, pôde perceber a interferência e a relação que cada um exerce sobre a fila. Neste momento Alex imagina os garotos como materiais e a fila como uma linha de produção. Um garoto chamado Herbie, é visto por Alex como um gargalo, pois andando bem vagarosamente, ele determina a velocidade da fila, pois todos os outros acabam por esperar e ele determina também o objetivo final, que é chegar ao camping.
De volta à fábrica depois da caminhada, Alex já tem uma percepção diferente sobre suas atividades e consegue desenvolver alguns métodos de prioridades e medidas juntamente com sua equipe. Se já não bastasse, após resolver estes gargalos e conseguir melhorar o rendimento da fábrica, os gargalos começam a mudar de lugar, os quais são denominados de gargalos móveis. Mas uma vez Jonah entra em ação, e orienta Alex a observar todo o ciclo, pois como foram feitos alguns ajustes para “desafogar” algum processo, outros processos interligados também precisam ser reajustados.
O método socrático desenvolvido em boa parte do livro nos deixa inquietos e incomodados com perguntas do tipo:
- Qual é a verdadeira meta de sua organização?
- As políticas da empresa permitem o alcance das metas?
- Uma linha de produção que trabalha o tempo todo é eficaz?
- Quanto essa atividade interfere no ganho?
- As pessoas sabem exatamente da importância de seu papel dentro dos processos?
- Você prioriza o custo ou o ganho ? E qual impacto isso tem no resultado?
- Você se prende a estatísticas só para ter belos relatórios?
- Qual é seu poder de persuasão sobre a equipe? Seus colaboradores conseguem entender sua mensagem ?
Após ler este livro, somos desafiados a pensar e refletir sobre métodos que seguimos e se eles realmente colaboram para atingir a meta e obter o ganho. Por isso, caso não goste de pensar, A Meta não é recomendado. Ou talvez valha à pena lê-lo, apenas para saber se a mulher de Alex continuou casada com ele ou não.
Um grande abraço e até a próxima.
Gabriel Ramos
Fonte: Administradores
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