

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que registrou acentuada elevação e chegou a 0,43% em abril, veio em linha com as estimativas do mercado, que apontavam para 0,41%.
De acordo com Rafael Bistafa, analista econômico da Rosenberg Consultores Associados, o grupo de despesas pessoais foi preponderante para o avanço da prévia da inflação de abril.
"A aceleração mensal deste segmento foi puxada pelas variações positivas dos preços de cigarros e empregados domésticos".
Segundo o analista, o reajuste de 25% no preço dos cigarros, que entrou em vigor no dia 6 de abril e fez com que a inflação sobre o produto passasse de 0% para 5,56% neste período, deve contribuir mais ainda para o IPCA consolidado do quarto mês de 2012.
"O segundo grupo que mais colaborou para o acréscimo foi o de habitação, alavancado pelos reajustes nos alugueis residenciais, além dos preços de água e esgoto", explica Bistafa.
"O setor de mão de obra também teve a sua responsabilidade, já que partiu de uma alta pressionada para uma elevação ainda maior".
Para o analista, o setor de alimentação deve ensaiar uma retomada e colaborar de maneira acentuada com a inflação deste mês, mas voltará a cair nos meses de junho e julho.
Bistafa acredita que a maior contribuição para a inflação em abril virá mesmo do reajuste dos cigarros.
"Acreditamos que o IPCA fechará abril com alta de 0,60%. O impacto do aumento dos preços do cigarro será ainda mais nítido por ter acontecido no início deste mês".
Quanto à inflação sobre os serviços, o analista explica que a desaceleração que houve em março foi reflexo de que os reajustes escolares já terem sido assimilados no mês anterior. Neste mês, a variação subiu para 0,75%, contra 0,51% em março.
"Em abril, a retomada se deu devido aos reajustes de mão de obra e alugueis. Além disso, com o aumento de renda, a demanda da classe C pelos serviços de cabeleireiros e manicures cresceu e impulsionou a inflação do setor de serviços."
Em relação à política monetária, o analista econômico da Rosenberg não acredita que a inflação impactará nas taxas de juros, já que o valor apresentado veio dentro do esperado pelo mercado.
Em relatório, os analistas do Barclays apontam que o IPCA-15 veio acima do esperado, já que o consenso apontava para alta de 0,35%.
"A diferença acentuada entre nossas estimativas e os números apresentados foi motivada pela inflação do grupo de despesas pessoais, que aumentou 1,43%, enquanto esperávamos elevação de 1%", afirmam em relatório os analistas do Barclays, Marcelo Salomon e Guilherme Loureiro.
Além disso, os analistas evidenciaram as divergências entre as projeções nos preços de itens de vestuário e empregado doméstico.
Apesar do aumento acentuado na última leitura, no acumulado dos últimos 12 meses a inflação mantém queda, e chega a 5,25%, frente a 5,6% registrados em março.
Os núcleos do indicador, por sua vez, mostram que a alta foi difundida em vários itens. Segundo cálculos do Barclays, a média dos núcleos do IPCA-15 variou 0,43%, contra 0,32% do mês anterior.
"Nós esperamos que o IPCA suba para 0,55% em abril e 0,50% em maio. Para 2012 e 2013, acreditamos que a inflação deve chegar a 5,3% e 6,3%, respectivamente", dizem os economistas do Barclays.
Fonte: Brasil Econômico
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