Fernando Travaglini, de São Paulo17/11/2009
Passado um ano do início da crise, os bancos médios ainda não se recuperaram totalmente do baque sofrido. Como consequência da forte retração das operações de crédito, o lucro líquido dos nove bancos que já divulgaram balanço aponta queda de 42,3% no acumulado entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 767 milhões.
Do segundo para o terceiro trimestre, entretanto, a queda do lucro já foi menor, de 3,6%. Uma recuperação total da rentabilidade, que recuou de algo em torno de 25% para 10%, no entanto, deve demorar para acontecer. "Estamos começando a ver a crise pelas costas", diz Milto Bardini, vice-presidente do BicBanco. "Mas o trimestre ainda carrega impactos do período da crise."
Passado um ano do início da crise, os bancos médios ainda não se recuperaram totalmente do baque sofrido. Como consequência da forte retração das operações de crédito, o lucro líquido dos nove bancos que já divulgaram balanço aponta queda de 42,3% no acumulado entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 767 milhões.
Do segundo para o terceiro trimestre, entretanto, a queda do lucro já foi menor, de 3,6%. Uma recuperação total da rentabilidade, que recuou de algo em torno de 25% para 10%, no entanto, deve demorar para acontecer. "Estamos começando a ver a crise pelas costas", diz Milto Bardini, vice-presidente do BicBanco. "Mas o trimestre ainda carrega impactos do período da crise."
Os números apontam que a liquidez está totalmente restabelecida e com ela voltou também o apetite por crédito. As carteiras desses nove bancos avançaram 5,3% entre julho e setembro, em relação ao trimestre anterior, mas ainda acumulam redução de 10% em relação a setembro de 2008. A inadimplência também já demonstra certa estabilidade, o que colabora para a maior confiança.
Mas as dificuldades devem continuar. Com a retomada dos empréstimos, os bancos precisam constituir provisões para os novos contratos. Isso deve manter ainda elevada as despesas com provisões e comprometer parte dos lucros nos trimestres seguintes. "Este é o momento de retomada de carteira, mas não da receita. Com os novos empréstimos, a provisão é feita na cabeça, mas a receita é apurada ao longo da maturação da operação", diz Sergio Lulia, vice-presidente do Banco ABC Brasil.
O principal efeito é manutenção da rentabilidade baixa, fruto da forte retração das carteiras, somada ao aumento das despesas com provisões para débitos duvidosos, que chegaram a subir mais de 50% nos últimos 12 meses. No PanAmericano o retorno sobre o patrimônio recuou de 22,3% para 13% em 12 meses. O Pine viu sua rentabilidade cair de 17,1% para 11,3% no período, enquanto o BicBanco, que registrava 26,5% antes da crise, agora tem retorno de 19%.
O grande vilão foi a queda da liquidez, que levou a uma forte retração do crédito. A chamada corrida pela qualidade ("fly to quality"), agora se sabe, teria levado entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões dessas instituições para as grandes, segundo declaração ao Valor do diretor de diretor de política monetária do BC, Mário Torós.
A solução foi vender parte de suas carteiras de crédito. Somados, os recursos comprados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pelos bancos grandes atingiram R$ 16 bilhões no último trimestre do ano passado - sendo R$ 9 bilhões dos públicos, segundo dados do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central. Com a criação do DPGE - depósito a prazo que conta com a cobertura do FGC - os médios recuperaram parte dos recursos perdidos, mas o estrago já havia sido feito.
O desafio agora será retomar espaço em um cenário bastante mais competitivo, com taxas de juros em queda e pressionados por captações ainda a preços elevados. Uma resposta foi o aumento da especialização em operações com maior conhecimento, lembra Renato Oliva, presidente da ABBC, entidade que representa os médios. O retorno aos nichos garante melhores retornos.
Há também uma preocupação com a concentração bancária. "Existe um esforço mercadológico evidente por parte dos bancos de grande rede, até para responder à agressividade dos públicos, e o cenário é mais complicado para os médios", diz Oliva.
Mas as dificuldades devem continuar. Com a retomada dos empréstimos, os bancos precisam constituir provisões para os novos contratos. Isso deve manter ainda elevada as despesas com provisões e comprometer parte dos lucros nos trimestres seguintes. "Este é o momento de retomada de carteira, mas não da receita. Com os novos empréstimos, a provisão é feita na cabeça, mas a receita é apurada ao longo da maturação da operação", diz Sergio Lulia, vice-presidente do Banco ABC Brasil.
O principal efeito é manutenção da rentabilidade baixa, fruto da forte retração das carteiras, somada ao aumento das despesas com provisões para débitos duvidosos, que chegaram a subir mais de 50% nos últimos 12 meses. No PanAmericano o retorno sobre o patrimônio recuou de 22,3% para 13% em 12 meses. O Pine viu sua rentabilidade cair de 17,1% para 11,3% no período, enquanto o BicBanco, que registrava 26,5% antes da crise, agora tem retorno de 19%.
O grande vilão foi a queda da liquidez, que levou a uma forte retração do crédito. A chamada corrida pela qualidade ("fly to quality"), agora se sabe, teria levado entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões dessas instituições para as grandes, segundo declaração ao Valor do diretor de diretor de política monetária do BC, Mário Torós.
A solução foi vender parte de suas carteiras de crédito. Somados, os recursos comprados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pelos bancos grandes atingiram R$ 16 bilhões no último trimestre do ano passado - sendo R$ 9 bilhões dos públicos, segundo dados do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central. Com a criação do DPGE - depósito a prazo que conta com a cobertura do FGC - os médios recuperaram parte dos recursos perdidos, mas o estrago já havia sido feito.
O desafio agora será retomar espaço em um cenário bastante mais competitivo, com taxas de juros em queda e pressionados por captações ainda a preços elevados. Uma resposta foi o aumento da especialização em operações com maior conhecimento, lembra Renato Oliva, presidente da ABBC, entidade que representa os médios. O retorno aos nichos garante melhores retornos.
Há também uma preocupação com a concentração bancária. "Existe um esforço mercadológico evidente por parte dos bancos de grande rede, até para responder à agressividade dos públicos, e o cenário é mais complicado para os médios", diz Oliva.
Fonte: Valor Econômico
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