O objetivo do trabalho foi analisar a influência das dimensões de cultura nacional na relação entre governança corporativa (GC) e gerenciamento de resultados (GR). Há evidências de que, em determinados contextos culturais, os mecanismos de GC parecem não eficazes ao minimizar o GR. Estudos sobre governança e sua influência na qualidade da informação contábil podem ajudar os participantes do mercado a tomarem melhores decisões. A inclusão do contexto cultural nessa relação é importante porque lança luz sobre um aspecto pouco explorado nesses estudos, o que pode melhorar o ambiente informacional das organizações. Em termos práticos, os resultados podem contribuir para que as organizações tenham atenção para a influência cultural dos países ao implantarem ou melhorarem seus mecanismos de governança, de modo que prezem por sua eficácia em alinhar interesses e monitorar comportamentos nas organizações. Além disso, participantes do mercado podem exigir alterações nesses mecanismos em contextos culturais mais individualistas e indulgentes. A amostra foi composta por 18.707 observações de empresas localizadas em 24 países pertencentes ao Grupo dos 20, durante os anos de 2010 a 2017. Os dados foram operacionalizados por regressão linear múltipla, com erro padrão robusto e controle de efeitos fixos de setor e ano, e método propensity score matching (PSM). A premissa de que a GC é capaz de minimizar o GR foi confirmada nesta pesquisa, com exceção em países individualistas e indulgentes. Nesses contextos culturais, os mecanismos de governança tendem a ser ineficazes para minimizar o GR. Esses resultados contribuem para a literatura ao evidenciar que a cultura dos países é capaz de impactar a eficácia da GC na mitigação de práticas oportunistas, o que explica resultados ambíguos de pesquisas anteriores.
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https://www.scielo.br/j/rcf/a/Ljp6LHX94CgQp3Lz9zvWtrk/?format=pdf&lang=pt
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