
Creio que você, independentemente da sua área de atuação, deve ter se dado conta que nos últimos anos, nem falamos nas últimas décadas, a velocidade das mudanças, "no nosso mundo", vendo ocorrendo com muita força, não é mesmo?
Refiro-me em especial à quantidade de informações e às possibilidades de geração de conhecimento, ou não, que temos à nossa disposição através do advento da Internet e à sua popularização através das ferramentas a nós disponibilizadas pela TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Vejamos uma citação que me parece muito esclarecedora de Dutra e Comini (2010, p.102) (1):
"Observa-se, também, que a volatilidade do conhecimento e da informação se acentuou na primeira década dos anos 2000, devendo-se acentuar cada vez mais no futuro. As pessoas se sentem desorientadas com esta volatilidade, sem saber como pensar seu desenvolvimento e como filtrar a enorme quantidade de conhecimentos e informações ao seu dispor".
Pois bem, você até pode ser uma exceção à regra, achando que o modo como fazemos as coisas, pensamos e agimos não mudou tanto assim. Contudo, vejamos que dentre os estudiosos de temas como Gestão de Pessoas, Gestão de Competências, Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento pode-se dizer que há um consenso que estamos hoje, século 21, vivendo na chamada Sociedade do Conhecimento, ou que muitos determinam como Era do Conhecimento. Souza (2010) (3) destaca que a Sociedade do Conhecimento é o produto de uma revolução científica e tecnológica sem precedentes na história. Ainda segundo este autor, constata-se que o conhecimento torna-se obsoleto a cada cinco ou dez anos; da mesma forma, o padrão tecnológico renova-se em espaços de tempo semelhantes.
Também começa a ficar mais claro, até para os mais céticos, que, o que é classificado pelas Ciências Contábeis como Ativo Intangível, vem ganhando importância e relevância nunca antes vistas na história da humanidade. Provas claras da importância do Ativo Intangível para as organizações são os valores de mercado que empresas como Google ou Facebook alcançaram, sem ter necessariamente um grandíssimo parque de máquinas, terrenos, dentre outros bens tangíveis, que explicassem seu valor de mercado.
Assim, quando estamos nos referindo à Sociedade do Conhecimento, Era do Conhecimento e Ativos Intangíveis, não podemos deixar de falar de Gestão do Conhecimento nas organizações. Ocorre que as organizações, predominantemente as de pequeno e médio porte, no Brasil, ainda não têm uma noção minimamente clara de como estão tratando o conhecimento que é gerado em suas dependências e que pode, e deve, gerar diferenciais competitivos.
Com isso, devemos nos ater também ao estudo da Educação Corporativa e a sistemas que possibilitem a sua aplicação, com o intuito de melhorar a forma como gerimos o conhecimento organizacional, ou seja, aqueles sistemas das organizações em que o conhecimento dos seus colaboradores gera efetivamente o seu diferencial competitivo.
Contudo, você deve estar perguntando-se: mas o que eu tenho a ver com isso mesmo? Quais são mesmo os novos desafios que esta era nos traz?
Pois é exatamente neste sentido, que sem querer esgotar o assunto, quero lhe provocar a pensar no seguinte: hoje, quem é o verdadeiro responsável pela sua educação? Quem efetivamente é o ator da sua vida educacional? Será que você está esperando que sua faculdade (universidade), sua empresa ou outra instituição lhe digam exatamente o que você deve buscar de conhecimento e em que deve se especializar?
Caso você ainda não tenha se dado conta da necessidade de protagonismo que você tem que assumir na sua vida educacional, e isso vale por toda a vida realmente, veja a reflexão abaixo sobre pedagogia, andragogia e heutagogia. (3)
Escolha do Conteúdo (o que aprender) / Escolha do Método (como aprender)
Pedagogia - Professor(a) - Professor(a)
Andragogia - Professor(a) - Aprendiz
Heutagogia - Aprendiz - Aprendiz
Pedagogia - Professor(a) - Professor(a)
Andragogia - Professor(a) - Aprendiz
Heutagogia - Aprendiz - Aprendiz
Então quer dizer que eu, enquanto Aprendiz, devo fica 100% responsável em 100% das situações pela escolha do conteúdo e do método de aprendizado? Será que é isso mesmo?
Creio que você, inteligente com é, já se deu conta que não para cada objetivo de aprendizagem há melhores conteúdos e métodos a serem aplicados.
De qualquer forma, o meu desejo aqui é fazer com que você desperte para a Era do Conhecimento e seus novos desafios, se isso já não ocorreu, é claro, e possa aprofundar-se em temas que são efetivamente relevantes para você, principalmente se no seu trabalho há relacionamento com outras pessoas. Refiro-me a temas como comportamento das pessoas, gestão dessas pessoas, o seu conhecimento (o que é, para que serve, como se forma, o que é Gestão do Conhecimento) e as competências das pessoas e das organizações.
Certamente teremos mais oportunidades para continuar a falar sobre tudo isso, pois tal tema já deu origem a uma publicação, deste autor, que a Editora Saraiva acolheu, a qual se denomina Como se Diferenciar na Era do Conhecimento.
Por fim, quero lhe dizer que independentemente de crises econômicas, políticas, sociais ou os ditos efeitos da globalização, você tem em mãos um poder muito interessante, que é o de ser um verdadeiro protagonista da sua vida educacional.
Pense nisso e que Deus lhe abençoe na sua jornada!
(1) EBOLI, Marisa. et al. Educação Corporativa: Fundamentos, evolução e implantação de projetos. São Paulo: Atlas, 2010.
* (2) Idem ao anterior.
* (3) Reflexão que integra os cursos da Academia de Educação e Conhecimento da Conducere Desenvolvimento Corporativo.
Jocelito André Salvador: Pós-graduado em Gestão de Educação Corporativa UNISINOS, Bacharel em Ciências Contábeis. Membro filiado da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC). Escritor. Formado como interpretador e avaliador dos critérios do PGQP Programa Gaúcho, Qualidade e Produtividade em 2012. Membro do Comitê Técnico de Gestão do Conhecimento e Informação Estratégica (Governo Federal). Membro do Comitê OKA (Governo Federal). Membro do Comitê sobre Educação Corporativa (Governo Federal). Foi consultor na implantação de Software de Gestão Empresarial (ERP) atuando em projetos na Serra Gaúcha, Porto Alegre (RS), Cascavel (PR) e São Paulo (SP). Diretor Comercial e Consultor de Negócios da Conducere desde 2002. Catequista de Adultos da Catedral Diocesana de Caxias do Sul/RS (2013 - ) e Voluntário da Fundação Projeto Pescar (2012 - ).
Fonte: RH
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