
Não é de hoje que o Brasil não sabe planejar. Nós crescemos ouvindo aquela máxima de que era preciso vender o almoço para comprar o jantar. Pensando em Brasil, percebemos que nas esferas municipais, estaduais e federal não existe um plano diretor de longo prazo, de 20 a 40 anos, que direcione atuais e futuros dirigentes a cumprir prioridades pré-determinadas deixando de lado temas eleitoreiros. Será que os profissionais não sabem planejar ou são as empresas que falham nessa preparação?
Nas companhias privadas, ao realizar uma pesquisa de mercado com mais de 120 empresas de médio e grande porte, nos setores de serviços, indústria e comércio das regiões Sul e Sudeste (onde se encontra perto de 60% do PIB - Produto Interno Bruto) a dificuldade é a mesma. Precisamos melhorar a produtividade das nossas empresas e o primeiro passo para isso é saber planejar e "fazer certo a coisa certa", já que não adianta "fazer certo a coisa errada". Percebemos que as empesas, tanto públicas como privadas não sabem planejar e nem priorizar as demandas.
Na pesquisa realizada pela 5A Company fica fácil entender alguns dos problemas encontrados atualmente nas corporações. Quando perguntado se a empresa trabalha orientada por um planejamento estratégico de longo prazo, apenas 38,7% responderam sim. Para esse público, questionamos se utilizam ferramentas para definição e acompanhamento do planejamento e 73,4% responderam não. Esse patamar tão elevado demonstra o baixo nível de maturidade das empresas.
Ainda para as empresas que responderam trabalhar com orientação de longo prazo, perguntamos aos profissionais quantos projetos são gerados dos planejamentos e acompanhados com certa frequência. Mais de 60% responderam entre zero e dois projetos. Isso nos leva ao entendimento que mesmo sendo importante, a empresa não investe na gestão e na execução.
Quando questionamos aos respondentes se é importante se orientar por um planejamento estratégico, houve uma unanimidade: quase 97% dos profissionais de diretoria ou alta gerência disseram que sim. Ou seja, eles acreditam que o planejamento vai ao encontro das melhores práticas, porém as empresas não estão sensibilizadas neste mesmo sentido.
Ainda neste levantamento, ficou claro que 60% dos projetos iniciados nas grandes organizações não chegam ao fim por três razões: fragilidade do planejamento, falta de habilidade na priorização das iniciativas e carência de uma gestão eficaz.
A não finalização dos projetos por qualquer uma das razões apresentadas acima leva as empresas, e seus investidores, a amargar grandes prejuízos. Hoje, o executivo responsável pela tomada das decisões dentro das organizações, necessita ter uma visão de tudo que está ocorrendo com todos os projetos. A aprovação ou declínio de investimentos e transições depende, muitas vezes, de um clique. Um projeto que não está interligado ao planejamento estratégico da empresa pode gerar muitas perdas.
As empresas precisam adaptar-se às novas regras de um mercado cada vez mais dinâmico, substituindo velhas práticas por técnicas modernas e eficazes. É necessário iniciar uma agenda positiva no sentido de ensinar as empresas e aos gestores que com planejamento é possível obter-se ganhos de produtividade.
Carlos Perobelli - Administrador de empresas e Diretor de Operações da 5A Company. Bacharel em Administração com ênfase em Analise de Sistema pela FASP. Pós-graduado em Gestão de Projeto pela FASP. Atua como consultor em empresas nacionais e multinacionais levando as melhores práticas para o alinhamento da estratégia com a operação, facilitando a conquista de metas estabelecidas. Estruturou um modelo de transformação empresarial baseado em três pilares: Pessoas, Processos e Tecnologia e cinco elementos: Atenção, Alternativa, Atitude, Assertividade e Acreditar, base para a formação do Grupo 5A Company. Autor de artigos relacionados à Gestão de Projetos e Gestão de Mudanças para o mundo corporativo. Autor do livro “Construindo os 5 Ases, uma Startup que deu certo”, lançado em dezembro de 2014. Atua como professor em diversas áreas de conhecimento do PMBOK.
Fonte: RH
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