
Votação foi possível após governo prometer bônus de R$ 2 mi em emendas.
O Congresso Nacional aprovou na madrugada desta quarta-feira (18) o Orçamento de
2014, com previsão de receita de R$ 2,488 trilhões. A aprovação ocorreu após
compromisso do Palácio do Planalto de pagar um “bônus” de R$ 2 milhões em
emendas parlamentares para integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
A matéria foi aprovada mais cedo pela CMO e foi
aprovada rapidamente no plenário, onde já chegou para votação com acordo. O
texto agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
Desse total, R$ 654,7 bilhões serão usados para o refinanciamento da dívida
pública. O restante, R$ 1,834 trilhão irá para o orçamento fiscal, da seguridade
social e das empresas estatais.
A estimativa da Lei Orçamentária Anual (LOA) é que,
do valor total, R$ 105,6 bilhões sejam destinados exclusivamente a investimentos
de empresas estatais. O salário mínimo foi fixado em R$ 724, arredondando
a previsão inicial do governo, que propos R$ 722,90 em agosto.
As negociações pelo empenho de dinheiro para emendas parlamentares duraram
todo o dia. Deputados e senadores ameaçavam não aprovar a peça orçamentária de
2014 se não fossem liberados novos recursos ainda neste ano para obras em seus
redutos eleitorais.
O G1 apurou que, para viabilizar a votação, o Planalto
concordou em liberar um bônus de R$ 2 milhões em emendas parlamentares para cada
integrante da Comissão Mista de Orçamento, líderes partidários e presidentes de
outras comissões.
O governo já havia concordado com a liberação de R$ 10 milhões neste ano para
parlamentares da base aliada e R$ 5 milhões para a oposição. Pelo acordo, todos
os líderes e integrantes da CMO e outras comissões, inclusive da oposição,
receberão os R$ 2 milhões extras.
Alguns deputados reivindicavam mais dinheiro em emendas extras – R$ 5
milhões. No entanto, o governo não concordou e ameaçou vetar trecho da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) que prevê o pagamento obrigatório de emendas a
partir de 2014, o chamado Orçamento Impositivo.
Outro tema que gerou debate na Comissão de Orçamento foi o valor destinado ao
Fundo Partidário, recurso usado pelos partidos para propaganda eleitoral. O
valor previsto inicialmente pelo governo era de R$ 264 milhões. Após muita
reivindicação por parte dos parlamentares, o relator da proposta aumentou o
montante para R$ 364 milhões.
Receitas e PAC
O relatório do orçamento do próximo ano estima um acréscimo de receita de R$ 12,1 bilhões a partir da proposta que havia sido encaminhada pelo governo. A reestimativa feita pelos congressistas é a menor revisão dos últimos quatro anos.
O relatório do orçamento do próximo ano estima um acréscimo de receita de R$ 12,1 bilhões a partir da proposta que havia sido encaminhada pelo governo. A reestimativa feita pelos congressistas é a menor revisão dos últimos quatro anos.
Em 2013, o aumento de receita estimado pelos parlamentares foi de R$ 22
bilhões. No ano anterior, o valor foi de R$ 26,1 bilhões. Em 2011, a receita foi
ampliada em R$ 17 bilhões, enquanto em 2010 o número subiu em R$ 14,7
bilhões.
Os parlamentares que participam da elaboração do Orçamento de 2014 também
cortaram R$ 3,123 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de um
total de R$ 63,28 bilhões previstos no texto enviado pelo Executivo para as
obras do programa.
Em contrapartida, foi acrescido à previsão de receitas dos ministérios R$
1,628 bilhão, que será aplicado, sobretudo, em emendas de bancada (recursos que
os partidos podem destinar a projetos nos estados). De acordo com o relator,
contudo, a maior parte desses recursos deverá ser aplicada no PAC.
Economia
O relatório do Orçamento, aprovado pela CMO, prevê crescimento de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, uma redução em relação às estimativas do texto original do governo, de crescimento de 4,5%.
O relatório do Orçamento, aprovado pela CMO, prevê crescimento de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, uma redução em relação às estimativas do texto original do governo, de crescimento de 4,5%.
O Orçamento prevê ainda que o Brasil fechará 2014 com inflação de 5,8%. A
taxa de câmbio média esperada para 2014 é de R$ 2,30 por dólar, maior que a
estimativa inicial do Executivo.
A meta de superávit do setor público (economia para pagar juros da dívida)
foi fixada em 3,17% do PIB, com economia de R$ 167,3 bilhões. Desse total, R$
116,1 bilhões correspondem à parcela da União. Os outros R$ 51,2 bilhões cabem a
estados e municípios.
O Orçamento isenta a União da obrigação legal de compensar o resultado de
estados e municípios, caso a meta de superávit não seja cumprida por eles.
Isso significa, portanto, que o governo se compromete a cumprir apenas a sua
parte (R$ 116,1 bilhões, no caso da LDO de 2014) e que buracos deixados na conta
de estados e municípios “podem” ser abatidos da meta total.
Saúde e educação
O texto da Lei Orçamentária de 2014, aprovado pelos deputados, reserva R$ 106 bilhões para o Ministério da Saúde.
O texto da Lei Orçamentária de 2014, aprovado pelos deputados, reserva R$ 106 bilhões para o Ministério da Saúde.
Para a área de Educação, o Orçamento prevê a aplicação de R$ 82,3 bilhões em
despesas referentes à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Orçamento Impositivo
A previsão de análise da matéria no plenário ainda este ano se tornou possível após um acordo firmado entre o presidente da Câmara e a presidente Dilma Rousseff.
A previsão de análise da matéria no plenário ainda este ano se tornou possível após um acordo firmado entre o presidente da Câmara e a presidente Dilma Rousseff.
O compromisso prevê a votação do Orçamento em troca da sanção da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) incluindo o artigo que prevê o pagamento
obrigatório de emendas parlamentares a partir do ano que vem, o chamado
Orçamento Impositivo.
O PMDB estava condicionando a votação do Orçamento de 2014 à sanção da
presidente Dilma Rousseff sobre o trecho da LDO que prevê o Orçamento
Impositivo.
Apesar de os congressistas terem incluído a obrigação de pagamento integral
das emendas na LDO, interlocutores do Planalto advertiram o Legislativo de que o
trecho alvo de polêmica poderia ser vetado pela presidente.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/12/congresso-aprova-orcamento-de-2014.html
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