A condição de gestor requer mais do que emitir orientações. Dentro de uma empresa, um gestor deve conduzir sua equipe de forma a apoiá-la para conseguir resultados coletivos e individuais. Isto já foi falado.
Mas, o que não fica claro e confunde muitos gerentes na hora “H” é: como apoiar na prática? Um aperto de mão basta? Um voto de boa sorte? Um tapinha nas costas? É óbvio que não.
Embora um aperto de mãos sincero seja importante e faça toda a diferença, apoiar é prestar auxílio, é ajudar. Trata-se de uma etapa efetiva no processo de fortalecimento de uma relação e, por isso, é crucial que seja feita com inteligência e definição. Darei aqui quatro dicas simples que, pelas vezes que já as vi funcionar, deixam-me encorajado a compartilhá-las.
Perguntas que ajudam o gestor a apoiar o colaborador de sua equipe |
Estas quatro questões profundas e abertas permitem a você manter um diálogo conciso, prático e de valor. Suponha que você seja gestor de vendas de uma indústria e, neste momento, está frente a um supervisor regional que sairá em visita a um grupo de representantes. O apoio de que ele necessita pode começar por uma pergunta: “Está claro pra você o que fará nesta viagem?” Avalie e ajude-o a encontrar a verdadeira missão a ser cumprida na ação que ele irá desempenhar.
Em seguida, pergunte: “O que você espera alcançar?”. Leve em conta, agora, a visão particular que ele tem da área em si, dos clientes e dos representantes. Por esta questão você avalia “se ele está” e “quanto está” engajado nos objetivos da viagem.
Em terceiro lugar, firme a sua posição de gestor e faça uma nova pergunta a ele: “Quais problemas você calcula que irá enfrentar nesta visita?” Deixe-o falar livremente e enumerar os possíveis obstáculos. Trate dos que forem reais. Elimine os que forem imaginários, mas não sem antes escutar tudo o que o seu supervisor vê.
Finalmente, é chegada a hora de você colocar-se na sua real condição de líder. Pergunte: “O que eu posso fazer para lhe ajudar?”. Ouça bem, e auxilie naquilo que for necessidade real.
O QUE FAZER APÓS DAR APOIO?
Muito bem, posso garantir que os 4 Passos realmente funcionam. Entretanto, uma ressalva muito importante precisa ser feita, oferecer apoio não significa desempenhar o trabalho que compete ao seu colaborador. Preste atenção e tome cuidado com isto. Você jamais deve fazer pelo funcionário o que somente ele tem de fazer. É ponto definitivo. Apoiar é sinônimo de ajudar, disponibilizar recursos extras para fortalecer uma determinada ação em que ele pode vir a ter dificuldade. Não significa livrá-lo de enfrentar as dificuldades que só a ele cabem superar.
Vamos seguir adiante. O colaborador já executou a tarefa sobre a qual você o apoiou. O que fazer agora, quando ele retorna com os resultados? É hora de avaliação. Verifique se ele conseguiu os resultados que planejava alcançar. Se sim, mensure, ou seja, saiba objetivamente que sucesso foi este. Se não, calcule – também objetivamente – quanto ficou distante do alvo calculado.
Em seguida, averigue se os problemas que ele imaginava encontrar realmente surgiram. Novamente: avalie o acerto ou erro de sua previsão. Por fim, mensure quanto o seu apoio foi efetivo em ajudá-lo.
Estas avaliações são fundamentais para você saber quanto o seu colaborador está conseguindo planejar e pôr em prática as ações. Se, as visões que ele tem, correspondem com frequência ao que estabelece, cabe a você reconhecer seu sucesso e garantir que ele progrida em sua carreira.
Caso você constate ser ele um míope, treine-o, desenvolva-o e verifique se sua visão evolui. Caso nada mude, mude-o, isto é, substitua-o. Não gaste energia demais com quem não responde a estímulos positivos de treinamento e desenvolvimento humano. Ele não é seu filho para que você o suporte pelo resto da vida. Há outros profissionais no mercado em quem vale investir para se conseguir uma equipe de campeões.
Acostume-se a dar apoio, e em breve, você terá uma fila de pessoas querendo trabalhar com você.
Abraham Shapiro
Fonte: HSM
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